A localização do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano Magalhães da Nóbrega, foi indicada à polícia por um homem que fazia parte da sua segurança particular. De acordo com o secretário da segurança pública da Bahia, Maurício Barbosa, o homem afirmou não saber do histórico de crimes de Adriano. Conforme informações do jornal A Tarde, o segurança será investigado por favorecimento pessoal, porte ilegal de arma e lavagem de dinheiro.
Nóbrega estava escondido em um sítio — propriedade de um vereador do PSL — quando foi morto durante confronto com policiais militares. Foragido há mais de um ano, "Adriano foi localizado pela polícia na zona rural da cidade de Esplanada", a 170 quilômetros de Salvador, Bahia, informou a Secretaria de Segurança do Estado em comunicado de imprensa.
Conforme Barbosa, a Secretaria Pública da Bahia foi procurada pela polícia do Rio de Janeiro para encontrar o miliciano. Houve uma primeira operação na Costa do Sauípe — contudo, Adriano não foi achado no local.
Já na operação que ocorreu no sítio, quatro armas e 13 celulares foram encontrados na casa onde o miliciano estava. A polícia afirma que Adriano possuía uma pistola austríaca calibre 9 mm e, em diferentes cômodos do imóvel, foram achadas mais duas espingardas, um revólver e 13 celulares. Barbosa afirmou que os aparelhos eletrônicos servirão para que seja descoberto qual o crime realizado na Bahia. O material será entregue à Polícia Civil do Rio de Janeiro, que irá continuar a investigação.
A morte de Adriano da Nóbrega será investigada pela Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que irá apurar se ele, de fato, morreu após a troca de tiros com policiais. A Corregedoria da Bahia também apura o caso e o inquérito será divulgado assim que concluído.
Quem era Adriano da Nóbrega
O ex-capitão já foi preso e solto três vezes, expulso da PM em 2014, homenageado pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro duas vezes e defendido pelo presidente Jair Bolsonaro ao ser acusado de homicídio em 2005.
Também teve duas familiares nomeadas no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Sua ex-mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, foi empregada em 2007 e sua mãe, Raimunda Veras Magalhães, em 2016. Ambas foram exoneradas no fim de 2018 a pedido.
Quem as indicou para os cargos foi Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio que foi companheiro de Adriano no 18º Batalhão da PM fluminense e hoje é investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
O miliciano é citado nessa investigação, que apura a prática de "rachadinha" no gabinete do filho mais velho de Bolsonaro na Alerj. De acordo com o Ministério Público, ele controlava contas bancárias usadas para abastecer Queiroz, suspeito de ser o operador do esquema.