O ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano da Nóbrega, suspeito de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e morto neste domingo (9), estava escondido em um sítio que pertence ao vereador do PSL em Esplanada (BA) Gilsinho da Dedé, de acordo com o site G1. Em entrevista, Gilsinho disse estar surpreso com a informação, negou conhecer Adriano e afirmou que o terreno deve ter sido invadido.
— Na realidade fui informado por um vizinho, me informando que estava tendo uma operação e perguntando se estava sabendo de alguma coisa, achando que era até assalto. Estou viajando e não tinha informação nenhuma, recebi apenas isso (inicialmente) — afirmou o vereador ao site G1.
Ele também negou ter qualquer contato com Adriano da Nóbrega:
— Nunca (conheci) na minha vida. Nunca falei, além das fotos que saíram na mídia nunca nem vi, nem falei, nunca tive nenhum contato, nem fui apresentado — declarou.
Adriano foi encontrado morto na manhã deste domingo (9) após um confronto com policiais militares na Bahia. Foragido há mais de um ano, "Adriano foi localizado pela polícia na zona rural da cidade de Esplanada", a 170 km de Salvador, informou a Secretaria de Segurança do Estado em comunicado de imprensa.
"No momento do cumprimento do mandado de prisão ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos", diz o comunicado.
A operação policial apreendeu quatro armas e 13 celulares na casa onde ele estava. Segundo a polícia baiana, Adriano tinha em sua mão uma pistola austríaca calibre 9 mm e, em diferentes cômodos do imóvel, foram achadas mais duas espingardas, um revólver e 13 celulares.
A operação foi resultado de uma integração entre as polícias da Bahia e do Rio de Janeiro. Participaram o setor de inteligência da corporação fluminense e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar baiana, além de outros grupos.
O ex-capitão, acusado de comandar a mais antiga milícia do Rio de Janeiro e suspeito de integrar um grupo de assassinos profissionais do Estado, é investigado no caso da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018. No entanto, as apurações não foram conclusivas até agora, e ele nunca foi acusado oficialmente.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), em um áudio enviado à imprensa, afirmou que Adriano não tem relação com o caso Marielle, ao contrário de Ronnie Lessa, também ligado ao Escritório do Crime.