Os industriais brasileiros têm uma avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro. De acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (11) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 60% deles consideram o governo ótimo ou bom, e apenas 7% avaliam como ruim ou péssimo. 26% acham que o governo é regular.
A pesquisa da CNI sobre o governo Bolsonaro ouviu 1.914 empresários de todo país, entre os dias 2 e 10 deste mês. A margem de erro é de dois pontos percentuais e a confiança, de 95%.
O governo é mais bem avaliado pelos empresários do Sul. Naquela região, 71% dizem que o governo é ótimo ou bom. No Centro-Oeste, esse número é de 68%. No Norte, é de 62% e, no Sudeste, de 57%. De acordo com a CNI, a Região Nordeste é onde os empresários industriais aprovam menos o governo, ainda assim, 50% o avaliam como ótimo ou bom.
Além disso, 65% dos entrevistados confiam no presidente Bolsonaro e 64% aprovam sua maneira de governar.
A pesquisa mostra ainda que as ações do governo nas áreas de relações do trabalho e de juros são as mais bem avaliadas pelos industriais. Entre os entrevistados, 64% consideram ótima ou boa a atuação do governo em relações de trabalho. Na área de taxa de juros, o percentual é de 63%. A terceira área com melhor avaliação é a redução da burocracia, considerada ótima ou boa por 47%.
Também foi apresentado, nesta quarta-feira, levantamento da CNI/Ibope com as perspectivas da população sobre a economia. Quase metade (49%) da população acredita que a situação econômica do país vai melhorar em 2020, 24% dizem que ficará igual e 24%, que vai piorar.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 127 municípios entre os dias 5 e 8 deste mês. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.
Cerimônia
Os dados da Sondagem Especial: Avaliação do Governo pelo Empresário Industrial foram apresentados durante cerimônia na sede da CNI, em Brasília, ocasião em que o presidente Bolsonaro recebeu o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial. Segundo a CNI, a condecoração é "um reconhecimento da indústria brasileira ao esforço do governo federal no avanço de pautas que tornam o Brasil mais moderno e competitivo".
Ao agradecer a homenagem, Bolsonaro afirmou que é preciso "aproveitar essa oportunidade" em que o Brasil está mudando e recuperando a confiança dos empresários locais e dos investidores internacionais.
— O brasileiro tem capacidade enorme de criar, inovar e é um excelente empreendedor. Ele precisa ter liberdade, não ter o Estado atrapalhando seu trabalho — disse o presidente sobre o interesse do governo em desburocratizar o ambiente de negócios no Brasil.
Para a CNI, entre as medidas importantes tomadas pelo governo este ano estão a reforma da Previdência, a assinatura do acordo de livro comércio entre o Mercosul e a União Europeia, o avanço na agenda de concessões na área de infraestrutura e de modernização das relações de trabalho e a contribuição com medidas que promovem o aumento da segurança jurídica e reduzem a intervenção do Estado.
Durante a evento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, apresentou os números do setor e os projetos e ações da entidade, do Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) para o desenvolvimento da indústria brasileira. Para Andrade, as reformas estruturais, em especial a da Previdência e a tributária, favorecerão o retorno da estabilidade macroeconômica e o aumento dos investimentos e da produção.
— Aqui temos empresários industriais que tem dedicado um grande esforço ao desenvolvimento do Brasil e à geração de emprego e que vieram aqui, no final de ano, para cumprimentá-lo e para lhe mostrar que a indústria brasileira o tem apoiado e tem registrado os avanços que o Brasil tem tido nesses meses, neste ano. Estamos na fase de comemorar e certamente de trabalharmos juntos para 2020 ser um ano melhor ainda — disse Andrade a Bolsonaro.
Na cerimônia, também foram assinados dois acordos de cooperação técnica entre a União e o Sesi e o Senai para oferta de matrículas em cursos de formação e acompanhamento pedagógico em cursos profissionalizantes para jovens inscritos no Cadastro Único.
A solenidade reuniu os presidentes das federações estaduais e cerca de 650 empresários. Também estavam presentes parlamentares e, acompanhando Bolsonaro, os ministros da Economia, Paulo Guedes, da Cidadania, Osmar Terra, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.
A Ordem do Mérito Industrial foi criada em 1958 para premiar personalidades e instituições reconhecidas pela indústria brasileira. O Grande Colar é destinado somente a presidentes da República.
Ex-combatente
Antes do evento na CNI, Bolsonaro fez uma visita de cortesia ao ex-combatente da Segunda Guerra Mundial Carlos Santiago de Amorim, de 96 anos.
— Estou muito feliz de conhecer um herói vivo do Brasil. Este, sim, é um exemplo a ser seguido, arriscou a vida pela nossa liberdade — disse o presidente da janela de um apartamento no quarto andar de um prédio localizado no Sudoeste, bairro próximo ao centro da capital federal.