O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Lideranças empresariais do Estado esperam que Brasil e Argentina superem divergências políticas e mantenham relações pragmáticas a partir de terça-feira (10), quando Alberto Fernández assume a presidência do país vizinho. Destino de exportações da indústria gaúcha, o mercado argentino vem encolhendo com a crise econômica que ganhou força no ano passado.
Um dos setores de olho nas relações entre os governos Bolsonaro e Fernández é o calçadista. Levantamento da Abicalçados dá dimensão do impacto argentino no segmento.
Com base em dados revisados de janeiro a outubro, a entidade pontua que as vendas de calçados brasileiros ao Exterior subiram 0,6% em receita e 3,9% em pares. A entidade frisa que, se as exportações ao país vizinho não tivessem despencado, os percentuais de aumento seriam bem superiores, de 5,6% e 7%, respectivamente.
– Os presidentes (Bolsonaro e Fernández) têm pensamentos políticos divergentes, e isso causou ruídos. Mas sinalizaram que pretendem conversar – diz Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados.
Na sexta-feira, Fernández anunciou que Martín Guzmán será o ministro da Economia em seu governo. Bolsonaro ironizou. Disse que Guzmán já elogiou livro escrito por Laura Carvalho, a quem o presidente brasileiro chamou de "economista do PSOL".