Ao deixar o Palácio do Planalto na noite desta quarta, o presidente da República Jair Bolsonaro tentou minimizar a crise relativa à sua possível saída do PSL. Ele disse que, por enquanto, fica na legenda.
— Por enquanto, eu continuo. Não tem crise. Briga de marido e mulher, de vez em quando acontece. Tudo bem. O problema não é meu, o pessoal quer um partido diferente, atuante. Este partido está estagnado. Não tem crise, não tem o que alimentar. Não tem confusão nenhuma — disse em rápida entrevista aos jornalistas.
O presidente tentou ainda desfazer o mal-estar criado a partir de uma fala sua a um apoiador na véspera, quando pediu que um pré-candidato esquecesse o PSL.
— Falei para o garoto: 'Esquece o PSL'. Por quê? Ele é pré-candidato a vereador, se começar a falar em partido é campanha antecipada, isso que eu falei para ele — afirmou.
Bolsonaro está incomodado com o presidente nacional da sigla, deputado Luciano Bivar (PE). Na terça (8), ele pediu a um apoiador que não divulgasse um vídeo no qual seu nome era mencionado junto do PSL e de Bivar porque o dirigente, segundo ele, está "queimado para caramba".
Nesta quarta, Bivar disse ao UOL:
— No momento que ele (Bolsonaro) tem o sentimento de que é hora de descartar o PSL para ser reeleito, então é uma estratégia.
Já Bolsonaro afirmou ao site O Antagonista que não pretendia deixar o PSL "de livre e espontânea vontade".
— Comigo fora da legenda, a tendência do PSL é murchar. Se eu sair, é natural que muita gente saia também — disse.
Ainda não foi definido o futuro partidário do presidente, que está filiado ao PSL há menos de dois anos. As maiores legendas do país não querem receber Bolsonaro porque veem nele uma tentativa de assumir o comando da agremiação à qual se vincular.