O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta terça-feira (13), para agradecer a atuação do deputado na semana passada.
Maia e parlamentares de partidos de centro e centro-direita atuaram para que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubasse a decisão da juíza federal Carolina Lebbos que autorizou a transferência do petista de Curitiba para uma unidade prisional em São Paulo. Por 10 votos a 1, o plenário do STF vetou a ida do petista para o seu Estado de origem.
"Manifesto que assisti a uma oportuna e inequívoca demonstração de defesa das garantias individuais e do Estado democrático de Direito", escreveu Lula. A mensagem foi entregue a Maia pela bancada do PT na Câmara.
Citando nominalmente os líderes partidários que estiveram no Supremo na semana passada, Lula agradeceu o que chamou de "gesto de solidariedade" e disse que, "com fé no Brasil", tem "a certeza de que ainda vamos reencontrar a Justiça, a prosperidade e a paz".
Na última quarta (7), logo após a decisão de Lebbos, uma comitiva de deputados saiu a pé do Congresso e atravessou a Esplanada em direção ao Supremo para uma audiência com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.
Além de parlamentares de partidos da oposição, como PT, PSOL, PDT, PCdoB e PSB, também estavam presentes deputados influentes de partidos do chamado centrão, como Arthur Lira (PP-AL), Wellington Roberto (PR-PB), Paulinho da Força (SD-SP) e Marcelo Ramos (PL-AM), este último ex-presidente da comissão especial da Previdência.
Advogado, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), foi ao Supremo representando a Casa, a pedido de Maia.
A transferência de Lula foi um pedido do superintendente da Polícia Federal em Curitiba, Luciano Flores, que argumentou que a prisão do petista altera a rotina do prédio da PF.
No plenário, Maia, parlamentares de partidos de centro e até do PSDB criticaram a decisão de Lebbos.
O deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) afirmou estranhar a decisão da juíza.
— Apesar de nunca ter votado nele, acho que (Lula) é um ex-chefe de Estado e merecia um outro tratamento — disse.
Para ele, tocar no assunto mais de um ano depois parece "perseguição à toa."
Maia respondeu, concordando:
— Tem toda razão, deputado — afirmou.
O presidente da Câmara se colocou à disposição "para que o direito do ex-presidente seja garantido."
Depois, a jornalistas, Maia disse que é preciso "tomar cuidado".
— Eu acho que já estava lá (Lula) há bastante tempo para fazer uma mudança sem estar organizado. Se fosse mudar para São Paulo se organizasse um lugar em São Paulo que pudesse dar as mesmas garantias, condições.