O julgamento do empresário acusado de matar a companheira em 2018, em Porto Alegre, previsto para esta terça-feira (17), foi cancelado. A decisão atende pedido da defesa de Marcelo de Oliveira Bueno, 43 anos. Ainda não há uma nova data.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), o Ministério Público (MP) também concordou com a ação. Segundo o MP, os advogados do réu alegaram que não receberam as ligações feitas ao 190 e 193 para o pedido de socorro.
Bueno é réu no caso da morte de Débora Forcolén, 18 anos, na Zona Norte. A jovem foi morta dentro de casa com um disparo de arma de fogo no rosto.
De um lado, a acusação tentará provar que o empresário assassinou Débora num contexto de violência doméstica. Familiares da jovem relataram após o crime que ela vivia uma relação conturbada e já havia apresentado sinais de agressões físicas. Narraram ainda que o homem era agressivo, ciumento e manipulador.
Às vésperas de um concurso de beleza, em Canoas, em fevereiro de 2018, Débora teria se envolvido em uma briga com o companheiro, por ciúmes. A jovem teria usado maquiagem e vestido um collant durante o desfile para encobrir os hematomas.
Uma semana antes de ser morta, Débora esteve na casa da mãe e, segundo a família, estava com um olho roxo. Conforme os familiares, ela não teria procurado a polícia para relatar as ameaças e as agressões por medo.
A jovem era mãe de um menino, que tinha um ano e nove meses na época em que ela foi assassinada. A família afirma que ela pretendia romper o relacionamento e voltar a viver na casa da ex-sogra para morar com o garoto.
Defesa alega que disparo foi acidental
O empresário admite ter sido o responsável por alvejar a jovem, mas alega que o disparo aconteceu de forma acidental. A defesa sustenta que ele havia pegado a arma emprestada por ter sofrido, alguns dias antes, um furto numa área que mantinha na Região das Ilhas.
Na época, ele relatou à polícia que estava limpando a arma e, por isso, retirou o carregador da pistola calibre 380 próximo da vítima. Depois disso, teria pressionado a arma na direção do rosto de Débora, sem saber que havia uma bala na câmara. Com isso, o tiro atingiu a mulher e a matou.
Bueno chegou a ser preso logo após o crime, mas foi solto na manhã seguinte. Em julho de 2018, ele voltou a ser preso, enquanto estava internado em uma clínica de reabilitação no município de Palmitos, no oeste de Santa Catarina. Em outubro de 2019, foi solto novamente pela Justiça, e assim permanece até então.
Além do companheiro da vítima, também foi denunciado outro homem, na época apontado como responsável por emprestar a arma usada no crime. Mais tarde, esse segundo réu — que negava o empréstimo — conseguiu reverter no Tribunal de Justiça a decisão de enviá-lo a júri.