A escolha do próximo nome para comandar a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode sair ou não da lista tríplice que será fechada na noite desta terça-feira (18), afirmou o presidente Jair Bolsonaro. O presidente também não descartou reconduzir Raquel Dodge ao cargo de procuradora-geral da República.
— Não vi a lista tríplice ainda. Todos que estão dentro e fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição — afirmou o presidente ao ser questionado se o nome que indicará para a chefia do Ministério Público Federal (MPF) sairá da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
No início do mês, Dodge disse que não tem feito nenhuma articulação para se manter no posto, mas que a permanência seria bem-vinda. A procuradora-geral também ganhou força junto ao Palácio do Planalto após consulta informal feita por aliados do presidente a senadores e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A sondagem demonstrou que uma recondução seria bem aceita tanto no Judiciário como no Legislativo.
Pesa a favor de Dodge o fato de ela já ter sido sabatinada e aprovada pelo Senado e de ser considerada um nome palatável. Seu mandato na PGR termina em meados de setembro. Ela, que chegou ao cargo em 2017 por meio da lista tríplice, decidiu não se inscrever neste ano na eleição interna realizada no MPF.
Criada em 2001, a lista tríplice não é prevista em lei, mas desde 2003 todos os presidentes indicaram para o posto um dos três nomes mais votados entre seus pares. A lista é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos procuradores em atividade para o comando da Procuradoria-Geral da República.
Dez procuradores se apresentaram à sucessão na PGR neste ano. Dos candidatos, seis são subprocuradores-gerais, último nível da carreira, e quatro, procuradores regionais, que atuam na segunda instância da Justiça Federal. A eleição ocorre nesta terça em todas as unidades do MPF do país, por meio eletrônico. Podem votar os cerca de 1.150 membros ativos do ministerio.