A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse nesta sexta-feira (7) que está "à disposição" para uma "eventual" recondução ao cargo de chefe do Ministério Público Federal (MPF). Ela disse que não tem feito nenhuma articulação para se manter no posto, mas que a permanência seria bem-vinda. O mandato de Dodge termina em setembro deste ano.
— Eu estou à disposição, tanto da minha instituição quanto do país, para uma eventual recondução, eu não sei se isso vai acontecer — afirmou.
Questionada se conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre o tema, a chefe do MPF negou. Dodge não é candidata à lista tríplice. Em 16 de maio, 10 procuradores se voluntariaram para participar da eleição interna, realizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Os três mais votados formarão uma lista tríplice que será encaminhada ao presidente, a quem cabe indicar um nome. O escolhido precisa ser sabatinado e aprovado no Senado.
Dodge ressaltou, nesta sexta, que a consideração, ou não, de um nome da lista tríplice para assumir o cargo depende de Bolsonaro.
— É uma decisão do presidente, definida na Constituição — ressaltou.
A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos procuradores em atividade para o comando da PGR. De 2003 a 2017, o nomeado foi o mais votado pelos membros da ANPR.
Raquel Dodge assumiu o cargo em setembro de 2017, após ser indicada pelo então presidente Michel Temer.