O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (9) que o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) deveria ter ficado no Brasil para que a polícia e o governo pudessem protegê-lo.
Segundo o general, não há nenhuma política do governo de perseguição às minorias e Wyllys deveria ter acreditado na lei, na política e na polícia brasileira.
— No caso especifico de Wyllys, particularmente acho que ele deveria ter continuado (no país) e acreditado na nossa lei, na nossa política e na nossa polícia, então a gente poderia protegê-lo. Acho que ele deveria ter ficado. É muito triste quando coisas assim acontecem — disse Mourão em palestra no Brazil Institute, do Wilson Center, em Washington, nos Estados Unidos.
O ex-deputado renunciou ao mandato e saiu do país alegando estar preocupado com sua segurança e integridade física. Ele diz ter recebido ameaças de morte, intensificadas após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
Questionado sobre o caso de Wyllys, o vice afirmou que o presidente Jair Bolsonaro —conhecidas por suas declarações tidas como racistas e homofóbicas — acredita que foi eleito para todo mundo que está no Brasil e que ele "não tem problemas com minorias".
— Nosso governo não tem política para perseguir minorias, esse não é o jeito que nos comportamos. Todo mundo que é brasileiro deve continuar no Brasil e deve estar livre de medo — afirmou Mourão. — O que posso assegurar é que não há política do governo para perseguir quem quer que seja.
Primeiro parlamentar assumidamente gay a encampar a agenda LGBT no Congresso, Wyllys se tornou um dos principais alvos de grupos conservadores, principalmente nas redes sociais. Durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff na Câmara, Bolsonaro dedicou seu voto ao torturador Brilhante Ustra e levou uma cusparada de Wyllys, que alegou ter sido insultado pelo então deputado e hoje presidente.