O presidente Jair Bolsonaro vai mudar o comando da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O atual titular do posto, Floriano Amorim, confirmou à Folha de S.Paulo na noite desta terça-feira (26) que deixará o cargo.
Amorim é próximo de dois filhos do presidente - do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), com quem atuava no gabinete.
Para a função deve ser anunciado o empresário Fábio Wajngarten, especialista em comunicação e também próximo da família Bolsonaro.
A possibilidade foi elogiada pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do presidente. "Alguém me disse que o Fábio Wajngarten foi convidado para dirigir a Secom. Será uma notícia auspiciosa. Espero que se realize", escreveu ele no Twitter.
Amorim disse à Folha de S.Paulo ter conversado com Bolsonaro no fim da tarde e que pediu para deixar o cargo porque "é muito difícil ajudar o Brasil". Afirmou não saber sobre seu futuro nem confirmou se irá para a EBC, como cogitado.
Ele disse ainda que seu trabalho estava mexendo com muitos interesses, mas não deu detalhes. Mencionou apenas que estava mudando a estrutura da Secom, transformando a produção de vídeos em algo mais barato.
A condução da comunicação oficial é criticada desde o início do governo, em caráter reservado, por deputados aliados e militares do governo.
Um dos focos das críticas é a interferência de Carlos na área. Desde o mês passado, o filho do presidente ajuda na estratégia de comunicação sobre a reforma da Previdência.
Em fevereiro, Carlos agravou uma crise que teve como desfecho a exoneração do então ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, em meio ao escândalo das candidaturas de laranjas do PSL.