O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota oficial na tarde desta quarta-feira (30) afirmando que as decisões judiciais a respeito do pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ir ao velório do irmão mostram uma "perseguição" que "rebaixou-se ao nível da crueldade e da vingança".
Durante a madrugada de quarta-feira (30), a juíza Carolina Lebbos, da Vara de Execuções Penais —responsável pelo trâmite da pena de Lula no cárcere da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba — negou autorização para que o ex-presidente comparecesse ao enterro de Genival Inácio da Silva, o Vavá, que morreu na terça-feira (29). A decisão de Lebbos levou em consideração um parecer da Polícia Federal que afirmou não ter condições logísticas para a liberação de Lula.
Na nota, o PT lembra que o delegado responsável pelo parecer, Luciano Flores, foi o responsável pela condução coercitiva de Lula em setembro de 2016, deslocando-se em um avião da Polícia Federal até São Bernardo do Campo.
"Não há justificativa 'logística' nem 'administrativa' para negarem esse direito a Lula, principalmente quando se considera que o Partido dos Trabalhadores se prontificou oficialmente a cobrir todas as despesas de transporte com o deslocamento do ex-presidente", afirma o partido.
A defesa de Lula encaminhou o pedido de liberação ao STF, e o presidente da Corte, Dias Toffoli, autorizou o ex-presidente a encontrar familiares em um quartel de São Paulo. Como a decisão ocorreu quando o corpo de Vavá estava sendo encaminhado para o sepultamento, Lula decidiu não ir a São Paulo.
— O (ex-) presidente não concordaria em se reunir com a família em um quartel. Ele disse isso claramente. Seria um vexame, um desrespeito com a família se fosse se encontrar num momento triste como esse num quartel — disse o advogado de Lula, Manoel Caetano Ferreira, em entrevista em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba.
O corpo de Genival Inácio da Silva foi enterrado no começo da tarde desta quarta-feira (30) em São Bernardo do Campo.