O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu não ir a São Paulo encontrar a família após o enterro de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, apesar de ser autorizado por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.
— O (ex-)presidente não concordaria em se reunir com a família em um quartel. Ele disse isso claramente. Seria um vexame, um desrespeito com a família se fosse se encontrar num momento triste como esse num quartel — disse o advogado de Lula, Manoel Caetano Ferreira, em entrevista coletiva em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba.
Para a defesa do petista, a decisão de Toffoli foi "inócua", pois Lula foi informado da possibilidade de ir a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, quando o corpo de Vavá estava sendo levado para o local do sepultamento.
— (A decisão) não tinha como ser cumprida — resume Ferreira, explicando que não havia tempo hábil para isso.
— O presidente Lula gostaria de participar do enterro e se despedir do seu querido irmão. É claro que ele também quer se encontrar com a família, mas para isso vai ter outra oportunidade — disse o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Lula se encontrará com os familiares nesta quinta-feira (31), assim como ocorre todas as semanas, já que é o dia oficial de visitas.
— Os familiares ele encontra todas as quintas-feiras aqui (na sede da Superintendência da Polícia Federal). Em um momento como esse, o lugar menos adequado (para o encontro) seria um quartel — complementa o advogado.
Minutos antes do sepultamento de Vavá, Toffoli autorizou Lula a deixar a prisão em Curitiba para se encontrar com familiares em São Paulo, devido à morte de seu irmão.
No texto, Toffoli permitiu que Lula vá até a Unidade Militar na região de São Bernardo do Campo, cidade em que os cortejos fúnebres de Vavá — que morreu na terça-feira (29), aos 79 anos — foram realizados. "Concedo ordem de habeas corpus de ofício para, na forma da lei, assegurar, ao requerente Luiz Inácio Lula da Silva, o direito de se encontrar exclusivamente com os seus familiares, na data de hoje, em Unidade Militar na Região, inclusive com a possibilidade do corpo do de cujos ser levado à referida unidade militar, a critério da família", destaca Toffoli na decisão.
Toffoli, porém, proibiu que no encontro de Lula com os familiares fosse feito uso de celulares e outros meios de comunicação externo. Além disso, Toffoli ressalta que a imprensa não poderia entrar na Unidade Militar e que Lula estaria impedido de fazer manifestações públicas. Segundo o ministro, "essas medidas visam garantir a segurança dos presentes, do requerente, e dos agentes públicos que o acompanharem".