O coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, esteve em Porto Alegre na noite desta quinta-feira (2), em uma palestra para um evento promovido pela Unimed, no Teatro do Bourbon Country. Durante sua fala, o promotor manifestou preocupação com as eleições deste ano e disse que a sequência de investigações sobre políticos vai depender do voto do cidadão.
— O futuro da Lava-Jato depende das eleições. Boa parte das pessoas acaba focando a campanha para presidente da república. Mas se a preocupação número 1 do país é com a corrupção, como as pesquisas dizem, nós precisamos dedicar especial atenção para as campanhas para senador e deputado federal — afirmou.
Deltan conversou com jornalistas antes de falar para o evento dominado por médicos. Ao tirar fotos com fãs, fazia questão de segurar seu tablet com o logotipo da campanha Unidos Contra a Corrupção.
— A campanha Unidos Contra a Corrupção defende que as pessoas votem em candidatos que tenham três pressupostos básicos: compromisso com a democracia, passado limpo e que apoie um grande pacote anticorrupção. Essa campanha foi desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas e pela Transparência Internacional. São 70 propostas para combater a corrupção — afirmou.
Deltan Dallagnol também fez um alerta sobre as campanhas eleitorais.
— Quem chama a atenção é quem gasta mais. Quem gasta mais é quem arrecada mais. E quem arrecada mais, não raro, isso ocorre mediante propina. A corrupção acaba alavancando os candidatos corruptos. Dinheiro (de propina) investido em campanhas faz qualquer um parecer anjo por meio de propagandas "hollywoodianas". Quando olhamos tudo desde 2014, notamos que possa ter dois efeitos sobre o eleitor: o primeiro é fazer ele escolher seu candidato de forma mais consciente e com mais cuidado para que seja integro.
Segundo Deltan Dallagnol, a força-tarefa da Operação Lava-Jato, em Curitiba, "ainda tem muito material probatório a ser analisado".