O senador Randolfe Rodrigues (AP) e dirigentes da Rede Sustentabilidade protocolaram na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (18), um novo pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer. O argumento é de que o peemedebista cometeu crime de responsabilidade ao negar à Polícia Federal (PF) que tenha utilizado dinheiro irregular em campanhas eleitorais e em proveito próprio.
Para Randolfe, as respostas do presidente foram desmentidas por delatores da JBS e pelas investigações sobre a reforma da casa da filha de Temer, que teria sido paga com dinheiro de propina.
— É fato que este depoimento (à PF) já se configura em mentira explícita. Portanto, o presidente ofendeu as atribuições inerentes ao seu cargo e, principalmente, seu compromisso com a probidade e moralidade administrativa — argumentou Randolfe.
Além da denúncia encaminhada pela Rede, outros 27 pedidos de impeachment de Temer já foram registrados na Câmara. Um deles foi arquivado e os outros aguardam análise do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem cabe decidir pelo prosseguimento ou não dos casos.
Randolfe acredita que o seu pedido possui um “fato novo”: as supostas contradições de Temer nas respostas ao questionário feito pela PF no inquérito que investiga o suposto favorecimento à empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos. O senador citou o caso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que foi cassado após negar em depoimento que possuía dinheiro no Exterior, o que foi desmentido depois.
A denúncia da Rede é baseada nos desdobramentos de duas operações da PF: Patmos, que foi deflagrada após a delação de executivos da JBS; e Skala, que prendeu amigos de Temer. A partir daí, surgiram as suspeitas de pagamentos de propina pela JBS, que teriam sido utilizados, em parte, na reforma da casa de Maristela Temer, filha do peemedebista.
A obra foi conduzida pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel João Baptista Lima, um dos presos de forma temporária na Skala e suspeito de receber dinheiro ilegal em nome do presidente.
O Palácio do Planalto não havia se manifestado até a publicação desta matéria.