Enquanto o governo do Estado prepara reforço no policiamento durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para o dia 24, em Porto Alegre, órgãos da Justiça Federal já anunciaram a decisão de fechar as portas na data, como medida de segurança.
No Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), somente os servidores diretamente envolvidos na sessão terão acesso ao prédio, que fica junto ao Parque Maurício Sirostky Sobrinho – onde devem se concentrar as manifestações de apoio a Lula. O expediente será encerrado às 12h do dia 23 e só será retomado integralmente no dia 25. O mesmo vale para a Justiça Federal do Rio Grande do Sul.
Parlamentares do PT se reuniram nesta sexta-feira com o presidente do TRF4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores. Eles levaram um documento no qual questionam a sentença de 1ª instância que condenou Lula, defenderam o livre direito à manifestação no dia 24 e pediram para acompanhar o julgamento. A solicitação foi atendida. Autoridades previamente credenciadas terão acesso ao prédio e poderão assistir à sessão via telão.
Os políticos também manifestaram preocupação com o esquema de segurança previsto para o dia do julgamento. A pedido da Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Câmara de Vereadores da Capital também alterou os horários de funcionamento, que serão os mesmos do TRF4. No prédio vizinho, onde funciona o Ministério da Fazenda, ainda não há definição sobre o expediente, embora a tendência também seja de suspensão das atividades.
O secretário da Segurança, Cezar Schirmer, enviou ofício ao Ministério da Justiça e ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em Brasília, solicitando que todos os órgãos federais no entorno do TRF4 não tenham expediente dia 24, de forma a facilitar o congelamento da área. Schirmer decidiu reforçar o policiamento na Capital recrutando policiais militares que atuam na Operação Golfinho, no Litoral, e forças do Batalhão de Operação Especial (BOE) de Santa Maria e de Passo Fundo. As primeiras equipes devem chegar a Porto Alegre já na próxima semana. A medida foi definida em reunião entre o secretário e o subcomandante da Brigada Militar (BM), coronel Mario Ikeda, na manhã desta sexta-feira.
Outros detalhes deverão ser anunciados pelo Gabinete de Gestão Integrada nos próximos dias. A estratégia será semelhante à montada para o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, em Curitiba, em maio de 2017. Deverão ser usados cães, tropas a cavalo, helicópteros e até atiradores de elite no topo dos prédios ao redor do TRF4. Por questões de segurança, a presença da imprensa dentro do prédio e na área em frente à sede do tribunal chegou a ser descartada pela Corte e pelo comando da BM, mas as autoridades voltaram atrás.