O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira (PRB), pediu demissão nesta quarta-feira (3). Ele entregou uma carta ao presidente Michel Temer, na qual alegou questões pessoais e partidárias para a saída da pasta. O atual presidente nacional do PRB pretende concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições de 2018.
Pereira afirmou ter orgulho de um "governo que o tempo e a história tratarão de reconhecer como fundamental para a modernização do Brasil". Escreveu ainda que "popularidade não quer dizer absolutamente nada".
No documento de quatro páginas também citou ações executadas no Ministério desde maio de 2016, quando assumiu a pasta. Pontua que, no período, houve desburocratização nos setores da indústria e comércio e considera que o país conseguiu novamente atrair interesse de parceiros econômicos internacionais.
Por fim, disse que ele e seu partido — o PRB — seguirão apoiando as reformas do governo.
A notícia não foi surpresa para aliados. No entanto, a expectativa era de que a decisão viesse mais tarde, já que o prazo para candidatos deixarem o governo termina no início de abril.
— Sabíamos que ele ia sair, mas não imaginávamos que seria em janeiro — disse o deputado Carlos Gomes (PRB-RS), que foi informado pelo próprio ministro, em uma mensagem no grupo de whatsapp do partido.
Vice-líder do governo, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos mais ferrenhos defensores de Temer, garante que o ministério seguirá sob comando da sigla. O nome do substituto ainda está em discussão.
— O presidente (Temer) é quem vai acabar definindo, mas tem que ser algum deputado ou outro integrante do partido que não vá concorrer — destacou.
Terceira baixa
Essa é a terceira baixa no governo federal em um mês. No dia 8 de dezembro, Antônio Imbassahy saiu da Secretaria de Governo. No dia 27 de dezembro, foi a vez do titular do Trabalho, Ronaldo Nogueira, deixar o 1º escalão do Planalto.
Alvo de inquérito
Marcos Pereira é investigado na Operação Lava-Jato. Ele é alvo de inquérito que apura o suposto recebimento de R$ 7 milhões da empreiteira Odebrecht. Também foi citado em gravações do empresário Joesley Batista, da JBS, como o destinatário de R$ 6 milhões da companhia em propina para ajudar na liberação de um empréstimo na Caixa Econômica Federal.
Ainda não há informações sobre um eventual substituto.