Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), pediu demissão nesta sexta-feira (8). Em carta enviada ao presidente Michel Temer, o tucano disse que irá retomar o cargo de deputado federal e prometeu seguir contribuindo com o governo.
O nome do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) já circula como provável substituto. A escolha, no entanto, ainda não é oficial.
A saída de Imbassahy já era planejada por Temer, que vinha sendo pressionado por parlamentares do PMDB e de partidos do centrão, que reivindicam espaço em ministérios. A mudança também ocorre na véspera da convenção nacional do PSDB, que deve discutir no sábado, em Brasília, o posicionamento do partido nas próximas eleições.
Na carta enviada ao presidente, Imbassahy disse que foi uma honra participar do governo e que trabalhar em um momento de turbulência representou um "grande desafio".
"Presidente, assisti também a momentos de sofrimento por ataques virulentos que recebei e a sua implacável resistência, sempre pensando no melhor para o país", afirmou.
O tucano não detalhou os motivos para a exoneração, citou apenas que "novas circunstâncias se impõem no horizonte" e prometeu continuar contribuindo no Congresso, onde reassumirá a cadeira de deputado.
Também por meio de carta, Temer elogiou a postura de Imbassahy e agradeceu pelo período em que esteve no governo. "Os momentos difíceis a que você alude na carta também foram enfrentados todos por mim, mas com seu apoio permanente", declarou.
Nos bastidores, Imbassahy já era considerado um ex-ministro. Interlocutores do Planalto relataram que o tucano já não era mais procurado para tratar da articulação política. O desgastaste aumentou nos últimos dias, especialmente após o Planalto divulgar que o baiano seria substituído no cargo por Carlos Marun.
A cobrança do PMDB e dos partidos do centrão por mais espaço no Planalto se intensificou com a expectativa de votação da reforma da Previdência. Agora, a Secretaria de Governo deve ser utilizada como mais uma moeda de troca junto às bancadas para a aprovação da proposta.