O PT decidiu representar contra a servidora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que postou em sua página no Facebook um abaixo-assinado pedindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Daniela Kreling Lau é servidora concursada e atualmente atua como chefe de gabinete do presidente do TRF4, desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores. A postagem diz que o Brasil inteiro “exige a prisão de Lula” e convoca outros seguidores a assinarem o manifesto virtual. A Corte julgará o petista em 24 de janeiro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá (SP).
Por causa da manifestação (que agora está restrita a amigos na página de Daniela), o partido está estudando as medidas jurídicas cabíveis para questionar a isenção da servidora. Em uma frente, o PT pretende ingressar com representação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem como função e exercer o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
— É a perda completa de qualquer isenção. Vamos imaginar o contrário, que ela tivesse feito um abaixo-assinado pedindo a absolvição do Lula. O que teria acontecido hoje? — observa o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
De acordo com o petista, os advogados do partido também estudam representar contra a postura da servidora junto à corregedoria do TRF4, em Porto Alegre. As representações devem ser apresentadas a partir da próxima segunda-feira (8).
À GaúchaZH, o presidente do TRF4, desembargador Thompson Flores, afirmou, por meio da assessoria de comunicação, que “a servidora estava exercendo o direito de se manifestar, como cidadã, em caráter particular”. A assessoria do tribunal ressaltou que Daniela não tem atuação nos processos judiciais da Corte, mas sim em questões administrativas.
Ainda conforme a assessoria do tribunal, Daniela é servidora concursada, com 24 anos de carreira no TRF4.