Tão logo o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) anunciou para 24 de janeiro o julgamento da apelação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vídeo de uma ativista anti-PT causou polêmica nas redes sociais. Na publicação, a sargento da reserva da Brigada Militar Flávia Cristina Abreu ameaça com "pau, gás e bomba" os militantes que acompanharem em Porto Alegre o julgamento do petista.
– Venham aqui, vocês vão ver o que é o verdadeiro sangue farroupilha. Venham, mortadelas. Venham muitos porque não vai ter "mimimi". Não vai ter choro. É linha, pau, gás e bomba – diz a policial militar.
A repercussão foi imediata. Com cerca de 14 mil seguidores no Facebook, Flávia teve a página inundada por elogios, mas também por críticas de simpatizantes de Lula. Ela chegou a veicular outro vídeo, no qual ameniza o tom da publicação anterior, mas acabou apagando o perfil.
Aos 46 anos, Flávia ingressou na BM em 1990 e passou quase toda a carreira como soldado. Foi promovia a terceiro-sargento pouco antes de se aposentar, em 2015.
Residente no Vale do Sinos, já flertou com pelo menos duas agremiações polícias. Fã declarada de Jair Bolsonaro, com que já posou para fotografias, ela se aproximou de dirigentes do PEN/Patriota, sigla pela qual o polêmico deputado federal pretende concorrer à Presidência da República em 2018.
Flávia também orbitou em torno do Partido Militar Brasileiro (PMB), legenda ainda em processo de construção. Segundo um político que transita entre os dois partidos, o vídeo hostilizando os militantes petistas acabou causando desconforto entre os dirigentes das duas legendas:
– Ninguém quer muita proximidade com ela – disse.
A BM disse que não comenta a atitude da sargento porque ela não está mais na ativa e não cometeu falta funcional. Os serviços de inteligência da corporação, contudo, estão monitorando as redes sociais para tentar antecipar os passos dos grupos organizados.
A reportagem não conseguiu contato com a sargento até o fechamento desta matéria.