O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, quer a presença da Força Nacional e do Exército durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de janeiro, na Capital. O pedido foi encaminhado ao governo federal na quarta-feira (3). Também ao governo estadual, o prefeito solicitou a mobilização da Brigada Militar e da Polícia Civil. Em seu Twitter, nesta quinta-feira (4) ele chamou a mobilização de "invasão em Porto Alegre".
Os ofícios foram encaminhados ao presidente Michel Temer, ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, ao governador José Ivo Sartori e ao secretário da Segurança Pública do Estado, Cezar Schirmer. No documento, Marchezan cita que há "perigo à ordem pública e à integridade dos cidadãos porto-alegrenses".
O prefeito relata que há ameaça de ocupação de espaços públicos pelos movimentos sociais e afirma que alguns políticos, "inclusive senadores", estariam incitando os manifestantes, pelas redes sociais, à desobediência e à luta. No ofício, ele considera ainda que o Tribunal Regional Federal da 4º Região (TRF4) fica na área de um parque municipal.
— Diante das articulações explícitas para ocupação dos espaços públicos por milhares de integrantes de movimentos políticos e sociais, é nosso dever requerer a atuação das forças de segurança para preservar a integridade dos cidadãos e do patrimônio coletivo. A cidade precisa ter garantido seu funcionamento regular nesse período — afirmou Marchezan.
O secretário de segurança de Porto Alegre, Kleber Senisse, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, defendeu que, embora a coordenação do gabinete que traça estratégias para manter a pacificação durante o julgamento seja da secretaria da Segurança do Estado, a prefeitura pode participar do processo.
— A prefeitura por ser o órgão responsável pelo município está tomando as medidas em conjunto com o gabinete para proteger a vida e o patrimônio de Porto Alegre.
O secretário disse ainda não acreditar que a medida do prefeito tenha gerado um "mal-estar" com os demais integrantes do gabinete, formado por representantes de órgãos municipais, estaduais e federais. Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, ainda não há retorno sobre os pedidos.
Confira a entrevista do secretário de segurança de Porto Alegre
No fim de dezembro, a Justiça Federal proibiu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de montar, sem autorização do poder público, acampamento no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho em protesto ao julgamento da apelação de Lula.