Os dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição para o governo do Rio Grande do Sul se comprometeram, nesta terça-feira (18), a reestruturar o IPE Saúde na futura gestão. O plano tem cerca de um milhão de beneficiários e, atualmente, o Palácio Piratini acumula dívida superior aos 360 milhões com prestadores de serviços.
Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) trataram do assunto em um painel com representantes de entidades médicas e de hospitais gaúchos, na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Durante o evento, ambos também foram questionados sobre as demandas da classe médica e das instituições hospitalares.
Ao responder sobre o IPE, Onyx disse que não indicará "político nem membro de partido" para cargos de gestão no instituto e disse que solicitará indicações das entidades para o comando do órgão. Em entrevista coletiva, o candidato do PL ponderou que o desequilíbrio no plano também afeta quem é atendido pelo SUS e por outros convênios, em razão da dificuldade financeira dos hospitais provocada pelo atraso nos pagamentos:
— O recurso que faz a manutenção do hospital vem de várias áreas, e o IPE é uma delas. Se o recurso não chega, não teremos o cateter para a pessoa do SUS, ou o corante para quem paga o convênio privado.
Leite, por sua vez colocou como desafio para um novo mandato o saneamento das contas do IPE e indicou uma possível alteração nas alíquotas pagas pelos servidores.
— O volume do IPE de usuários que estão acima dos 59 anos é o dobro dos planos de saúde privados. Nessa população, a demanda por serviços é maior, enquanto as receitas não acompanham a capacidade de atendimento. Isso gera necessidade de reorganização das contribuições, o que não significa aumento de contribuição — alertou.
Questionados pelo presidente da Federação das Santas Casas Santa e Hospitais Filantrópicos do RS, Luciney Bohrer, os dois candidatos também indicaram que estão abertos a discutir a ampliação de repasse de recursos a hospitais, para ajudar a custear serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e o novo piso da enfermagem.
Dia de campanha
Pela manhã, o candidato do PSDB foi sabatinado pelo portal UOL e, mais tarde, deu entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV. Em 20 minutos de questionamentos, o tucano apresentou propostas para saúde, segurança, contas públicas e educação.
Leite destacou o programa Todo Jovem na Escola e disse que pretende dobrar o valor de R$ 150 pagos mensalmente a estudantes de baixa renda do Ensino Médio. Em retribuição ao apoio do PDT, também prometeu expandir as escolas de turno integral, alcançado metade dos 1,1 mil colégios estaduais de Ensino Médio.
— Hoje tem apenas 17 escolas de ensino médio com tempo integral. Já há um planejamento para 140 ano que vem e fazermos uma expansão que chega a 50% das 1,1 que tem no Estado. Mas não é só dobrar a carga horária. É repensar o currículo e estrutura da escola — afirmou.
Mais cedo, em visita à Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), admitiu a criação de uma secretaria voltada à agricultura familiar com novos subsídios ao setor.
Onyx, por sua vez, participou de reunião com a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) do Rio Grande do Sul e prometeu fortalecer as políticas de atenção às pessoas com deficiência.
— Todos nós somos especiais. Teremos um diálogo aberto e parceria com as Apaes. Se for da vontade do povo gaúcho e de Deus que eu seja governador, as Apaes terão o apoio que nunca tiveram do governo do Estado.
Após participar do painel na Santa Casa, Onyx partiu para Igrejinha, no Vale do Paranhana, para uma reunião com empresários da indústria calçadista.