A permissão para volta da comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul é um assunto que divide os concorrentes ao governo do Estado. Dentre os oito candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional, quatro se mostram a favor da liberação, enquanto outros quatro defendem a manutenção da proibição.
A discussão é o tema da quinta reportagem da série Vida Real, na qual os postulantes ao Palácio Piratini foram convidados a responder, de forma sucinta, a respeito de temas que impactam diretamente no cotidiano dos gaúchos. Anteriormente, eles já falaram sobre concessões de estradas, repasse de recursos a hospitais, privatização do Banrisul e regime de recuperação fiscal.
A venda de bebidas em estádios está proibida no Rio Grande do Sul desde 2008, após aprovação de uma lei proposta pelo então deputado Miki Breier (PSB). Na época, a proibição foi justificada como tentativa de reduzir a violência durante as partidas. Ao mesmo tempo, provocou descontentamento dos clubes pela perda de receita.
Dez anos depois, em dezembro de 2018, a Assembleia Legislativa aprovou projeto de lei dos deputados Gilmar Sossela e Ciro Simoni (ambos do PDT) que permitia a venda até o intervalo e depois dos jogos. Em janeiro de 2019, a proposta foi vetada pelo governador Eduardo Leite, após reunião com representantes do Ministério Público e com a cúpula da segurança pública do Estado. Na ocasião, o veto foi mantido pelo Legislativo.
No entanto, em dezembro do ano passado, um grupo de seis deputados protocolou novo projeto de lei buscando liberar a venda de bebidas nos estádios. Atualmente, o texto está tramitando na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia e ainda não tem prazo para ser votado em plenário.
A pergunta feita aos oito candidatos foi a seguinte:
O senhor apoia a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol do Rio Grande do Sul?
Leia a resposta de cada um, em ordem alfabética:
Não. Acho que a bebida alcoólica não pode ser vendida dentro dos estádios. Isso dá mais segurança aos torcedores e as mulheres vão se sentir mais à vontade para ir aos estádios também. A bebida alcoólica deve ficar fora dos estádios.
Sim. É um bom debate que temos de fazer com a opinião da sociedade. As experiências que temos no Brasil têm de ser levadas em conta. São experiências positivas, e tratarei de dialogar com a sociedade sobre isso. Eu sou a favor.
Não. Porque se revela uma forma de evitar confrontos, ou pelo menos reduzir a possibilidade de situações negativas nos estádios e permitir que sejam espaços desfrutados pelas famílias.
Sim. Temos de ter mais confiança e segurança nos órgãos que fazem a segurança, como a Brigada Militar e os profissionais que fazem a segurança dos estádios. Tem de haver um controle, mas não vejo problema na venda de bebidas nos estádios.
Sim. Apoio a venda de bebidas nos estádios, desde que haja controle rígido e que haja limite. Isso é feito no mundo todo e, com controle e limite, funciona muito bem.
Sim. Libero. Os indicadores mostram que não houve redução na violência por causa da proibição da bebida alcoólica. Os torcedores estão se embriagando em grandes volumes antes e depois das partidas.
Não. Em princípio sou contra, para evitar conflitos que tivemos no passado, decorrentes de brigas envolvendo pessoas alcoolizadas. E especialmente porque é difícil saber se aquele que vai lá beber não sairá dirigindo.
Não. Sou um frequentador de estádios, sou conselheiro do Inter e sempre que posso vou aos jogos. Sou testemunha de que a proibição da venda de bebida alcoólica diminuiu a violência nos estádios.
Sobre o "Vida Real"
Para ajudar os eleitores a conhecerem a posição dos candidatos ao governo do Rio Grande do Sul sobre alguns dos temas mais relevantes desta eleição, a reportagem de Rádio Gaúcha, Zero Hora e GZH realiza a série "Vida Real". Nela, os postulantes ao Palácio Piratini foram convidados a responder, de forma sucinta, a respeito de temas que impactam diretamente no cotidiano dos gaúchos.
Foram chamados a participar os oito concorrentes cujos partidos têm representação no Congresso Nacional, mesma regra adotada para a participação nos debates eleitorais.