Na última semana da campanha eleitoral, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre dedicam-se a finalizar a propaganda em rádio e TV e buscar os últimos votos para decidir o pleito. Confira como foi o dia de Manuela D'Ávila (PCdoB) e Sebastião Melo (MDB).
O dia de Melo
Os compromissos de Sebastião Melo (MDB), candidato à prefeitura de Porto Alegre, concentraram o foco em entrevistas, gravações para a propaganda eleitoral na TV e debates nesta terça-feira (24).
Com a aproximação da votação em segundo turno, que ocorrerá no próximo domingo (29), a campanha eleitoral emite sinais de acirramento de ânimos, com os candidatos alternando suas manifestações entre propostas para a cidade e ataques que buscam desconstruir o adversário. Nas suas inserções políticas de rádio e TV, Melo tem citado Manuela D’Ávila (PCdoB) como a “candidata comunista”, além de tentar vincular a imagem da concorrente aos casos de corrupção dos governos do PT em nível nacional.
— A diferença cada vez fica mais clara. Em momento de crise, penso que tenho mais experiência do que a adversária. Do ponto de vista dos projetos, ela quer estatizar tudo. O modelo dela é o da Venezuela. E o nosso modelo de gestão é o de parceria na saúde, na creche, no tratamento de esgoto, na captação de água, com foco no desenvolvimento econômico — diz Melo.
No campo das propostas, o emedebista tem enfatizado a disposição em fazer parcerias público-privadas (PPPs), cancelar os aumentos de IPTU aprovados no atual governo, o que causaria renúncia fiscal de R$ 554 milhões entre 2022 e 2027, e criar um programa de microcrédito para recuperar a economia de Porto Alegre.
A terça-feira também foi o primeiro dia de campanha em que Melo contou oficialmente com o apoio do PSDB do atual prefeito Nelson Marchezan, anunciado na noite de segunda-feira (23) em nota assinada pelos presidentes estadual e municipal dos tucanos.
Nesta terça, Melo começou o dia participando de reunião virtual com o “Porto Alegre & Região Metropolitana Convention & Visitors Bureau”. Depois, emendou gravações para a propaganda eleitoral na TV e participou de debate na rádio Guaíba. Do meio da tarde em diante, concedeu mais cinco entrevistas para diferentes veículos de comunicação.
O dia de Manuela
A candidata Manuela D’Ávila (PCdoB), que disputa o segundo turno à prefeitura de Porto Alegre, dedicou a terça-feira (24) para conceder entrevistas, além de ter participado de debate na Amrigs, promovido pela rádio Guaíba.
Acompanhando a subida da temperatura da eleição, a candidata tem buscado desconstruir o adversário Sebastião Melo (MDB) ao apontar o que considera mudanças de postura. Uma das mais repetidas era o discurso de Melo em 2016, contra a privatização da Carris, e o atual, em que o emedebista admite a possibilidade de abrir a companhia à iniciativa privada. Neste tema, Manuela tem reforçado a ideia de manter a Carris pública por acreditar que ela baliza a qualidade do transporte público.
Manuela também tem vinculado o concorrente Melo a “obras inacabadas”. É uma referência às intervenções da Copa, que ocorreram no governo de José Fortunati (PTB), período em que Melo foi vice-prefeito. Ela cita nominalmente as obras nas avenidas Tronco e Severo Dullius, entre outras, como possíveis exemplos de ineficiência. A candidata também busca vincular a imagem do oponente ao presidente Jair Bolsonaro, cujos principais apoiadores no Rio Grande do Sul estão aliados a Melo.
Manuela tem assegurado que não fechará a economia caso vença a eleição em função da pandemia, o que ela classifica como “mentira”.
— Nossa campanha está trabalhando para repor a verdade na eleição. A verdade sobre quem eu sou, diante de mais de 600 mil fake news distribuídas, e a verdade sobre aquilo que meu adversário representa: a velha política, os governos que abandonaram obras, que deixaram crianças sem vagas em creches e que fez a licitação que trouxe a passagem de ônibus mais cara entre as capitais — afirma Manuela.
No campo das propostas, ela defende que a prefeitura tenha um plano próprio de gestão da vacina para a covid-19, usando recursos do município para adquirir lotes dos imunizantes que estão em desenvolvimento.