O É isso mesmo?, mecanismo de checagem de GZH, entra em nova fase nesta segunda-feira (28), com foco na cobertura eleitoral. Para isso, ganha o reforço dos repórteres do Grupo de Investigação da RBS (GDI), que conferem as declarações dos candidatos à prefeitura de Porto Alegre no primeiro debate da campanha eleitoral, realizado na Rádio Gaúcha.
Participaram do debate, mediado por Daniel Scola, os candidatos Fernanda Melchionna (PSOL), Gustavo Paim (PP), João Derly (Republicanos), José Fortunati (PTB), Juliana Brizola (PDT), Júlio Flores (PSTU), Luiz Delvair (PCO), Manuela D'Ávila (PCdoB), Montserrat Martins (PV), Nelson Marchezan (PSDB), Rodrigo Maroni (PROS), Sebastião Melo (MDB) e Valter Nagelstein (PSD).
Confira, abaixo, declarações checadas pelos jornalistas Carlos Rollsing, Eduardo Matos, Guilherme Justino, Jocimar Farina, Juliana Bublitz, Marcelo Gonzatto e Maria Maurente, com apoio do editor Leandro Brixius.
Fernanda Melchionna (PSOL)
(...) O prefeito Marchezan estava preocupado em (...) tentar demitir 1,2 mil trabalhadores do Imesf, profissionais da saúde que estão salvando vidas.
É verdade
A prefeitura começou a emitir em 24 de setembro as notificações de demissão a 1.291 servidores do extinto Instituto Municipal da Estratégia de Saúde da Família (Imesf), dos quais 694 são agentes comunitários de saúde e de combate a endemias. Esses agentes devem ser substituídos por servidores concursados — o processo seletivo sob responsabilidade da prefeitura está em curso. Os outros cargos serão ocupados mediante a transferência da gestão para instituições privadas, o que também está em andamento.
As demissões são resultado de um julgamento realizado em setembro do ano passado pelo qual o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a lei que criou o Imesf em 2011, durante a gestão do então prefeito e atual candidato ao Paço Municipal, José Fortunati. O último recurso contra a extinção foi julgado no começo do mês, confirmando o encerramento das suas atividades.
Fernanda Melchionna (PSOL)
Ele (Nelson Marchezan) estava aqui, usando R$ 3 milhões do Fundo Municipal de Saúde para fazer propaganda de si mesmo.
Não é bem assim
A candidata acertou ao dizer que foram utilizados, em valores aproximados, R$ 3 milhões do Fundo Municipal de Saúde para fins publicitários — fato que inclusive deu origem ao pedido de impeachment contra o prefeito — , mas não é possível afirmar que as peças foram usadas por Marchezan “para fazer propaganda de si mesmo”. Além de não haver decisão definitiva de órgão fiscalizador que comprove a afirmação, as peças incluíram materiais com dicas de prevenção e orientações à população durante a pandemia (veja os detalhes aqui).
Cabe lembrar, ainda, que o uso do Fundo em publicidade é previsto na Lei Orçamentária Anual, previamente aprovada pela Câmara de Vereadores. Nesta segunda-feira (28), o processo de impeachment voltou à estaca zero com a anulação, pela Justiça, da sessão da Câmara que abriu o processo, em 5 de agosto. A decisão é passível de recurso.
Critérios de classificação
É verdade
A informação está correta e corresponde a dados e estatísticas oficiais.
Não é bem assim
Apenas parte da sentença está correta.
Não procede
O interlocutor está equivocado na informação que afirma.
Regras da de checagem
- Se a variação for de até 10%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "É verdade"
- Se a variação for acima de 10% e até 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não é bem assim"
- Se a variação superar 30%, para mais ou para menos, a informação é classificada como "Não procede"