Como vem fazendo desde o início da campanha, o Grupo de Investigação da RBS (GDI) checou declarações do candidato José Ivo Sartori (MDB), na entrevista concedida a GaúchaZH.
A seguir, confira as falas verificadas pelos jornalistas Ângela Chagas, Jocimar Farina e Juliana Bublitz. O vídeo com a íntegra da entrevista está disponível no site de GaúchaZH.
"O alongamento da dívida do Estado por 20 anos (...) permite que, em 2028, tenhamos redução do estoque da dívida em torno de R$ 22 bilhões."
É verdade
Tratativas com o governo federal iniciadas em 2013, por Tarso Genro (PT), e concluídas por Sartori, em dezembro de 2017, levaram à assinatura de aditivos ao contrato de 1998 – quando a União assumiu os débitos do Estado, na gestão de Antônio Britto (então no MDB). Foi alterado indexador, cortado juro e prolongado prazo de quitação em 20 anos, como disse Sartori.
Como as mudanças passaram a valer de forma retroativa a janeiro de 2013, houve abatimento imediato de R$ 4,9 bilhões na dívida. Já nas projeções para 2028, calculadas com base nas normas contratuais originais (agora alteradas e estendidas para 2048), a redução estimada foi de R$ 22 bilhões.
"A mais importante de todas (PPPs) foi a da Corsan. E todos os nove municípios, menos um, já deram assentimento a esse processo. Está faltando a posição da Câmara de Vereadores de Canoas. Tanto nas concessões, quanto na PPP, somos o que implementou, o que pelo menos colocou para fora. Se tivesse havido anteriormente essa posição, já teríamos avançado muito mais, embora a PPP da Corsan tenha começado ainda no governo passado."
Não é bem assim
Sartori acerta ao afirmar que oito dos nove municípios envolvidos na PPP para coleta e tratamento de esgoto na Região Metropolitana já aprovaram a proposta. Falta a resposta de Canoas. Mas, ao afirmar que “tanto nas concessões, quanto na PPP, somos o que implementou, o que pelo menos colocou para fora”, o próprio Sartori reconheceu que a PPP ainda não foi concluída e que foi iniciada no governo anterior. Além disso, as concessões não são novidade no Estado.
As principais ocorreram no governo Britto, no fim da década de 1990, envolvendo rodovias. O que Sartori fez foi definir um marco regulatório, mas nenhuma concessão saiu do papel.
"Passamos de 29 para 16 secretarias."
É verdade
O governo Tarso Genro tinha 27 secretarias e 29 integrantes do primeiro escalão com status de secretários – incluindo os titulares pela Casa Militar e pela Chefia de Gabinete do governador, que não eram classificadas oficialmente como secretarias.
Já o governo Sartori, segundo a Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh), conta, atualmente, com “17 secretarias e 16 secretários, pois a secretária Susana Kakuta responde por duas pastas, as secretarias de Minas e Energia e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia”. Os números citados por Sartori estão dentro da margem de erro de 10%, conforme as regras de checagem estabelecidas pelo É isso mesmo?
"No Ensino Fundamental, recebemos recentemente elogio do Ministério da Educação, porque alcançou média superior."
É verdade
Quando divulgou o resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), em agosto, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação, destacou alguns Estados que alcançaram desempenho superior à média do Brasil nas provas de português e matemática no Ensino Fundamental.
É o caso do Rio Grande do Sul, como afirma o candidato. No 9º ano do Ensino Fundamental, além do desempenho acima da média, o Inep destacou o RS entre os Estados que “agregaram mais pontos acima da média nacional” e por apresentarem “ganhos de aprendizagem maiores do que a média do Brasil entre 2015 e 2017”. Sartori ressaltou a situação do Ensino Fundamental, etapa onde está o melhor desempenho. No Ensino Médio, embora as notas do Estado também tenham melhorado em relação a 2015, os resultados conquistados em 2017 mantêm-se os mais baixos desde 2005 tanto em português quanto em matemática.