O primeiro debate do segundo turno entre os candidatos ao governo do Estado ocorreu na Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (16). No primeiro bloco, Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), tiveram dois minutos para as apresentações iniciais. Depois, começaram três rodadas de perguntas, formuladas pela produção do programa, para os dois candidatos. No segundo bloco, a discussão girou em torno de assuntos sugeridos pelos ouvintes nas redes sociais e apresentados aos candidatos pela jornalista Rosane de Oliveira:
Veja como foi o segundo bloco do debate da Gaúcha:
Sartori abriu as perguntas do segundo bloco questionando Leite sobre segurança pública. O atual governador, depois de citar as aquisições de viaturas, armas e coletes, perguntou para Leite:
— Quem vai dirigir sua área de segurança? Esses projetos em andamento hoje terão continuidade?
O tucano respondeu que escolheu como seu vice o delegado Ranolfo Vieira Júnior, ex-chefe de Polícia Civil do Estado e ex-secretário de segurança em Canoas.
— É uma pessoa que conhece o tema por dentro para que possamos implementar juntos um plano estadual de segurança. Vamos combater com firmeza a criminalidade, melhorar a integração entre as polícias, estimular os municípios a estabelecerem seus planos municipais de segurança — respondeu.
Ainda dentro do tema segurança pública, Eduardo Leite disse ser fundamental a implementação de novas escolas de tempo integral, sobretudo em áreas vulneráveis. Para o ex-prefeito de Pelotas, a repressão tem de ser qualificada com incorporação de efetivo na rua e utilização de tecnologias. O candidato disse estar estudando a possibilidade de criação de uma secretaria especial de administração penitenciária. Sartori respondeu, indagado pelo mediador e jornalista da Rádio Gaúcha, Daniel Scola, que há projeto de criação de uma subsecretaria penitenciária para apreciação na Assembleia Legislativa. Sartori ressaltou que contratou 4,3 mil servidores para a segurança desde 2016, abriu concurso para 6,1 mil pessoas e comprou viaturas com participação da iniciativa privada.
— Fizemos a integração com os município para o vídeo monitoramento e cercamento eletrônico — disse Sartori.
Em seguida, o ex-prefeito de Caxias do Sul emendou perguntando de onde o seu concorrente irá tirar dinheiro para repor o efetivo das polícias. Leite citou a contenção de despesas e o estímulo à economia para aumentar a receita.
O segundo tema, desta vez escolhido por Eduardo Leite, foi a privatização de estatais, com foco no Banrisul. O tucano argumentou ser contra a venda do banco, disse que o vice candidato na chapa de Sartori e outros apoiadores são favoráveis. Então, perguntou qual é a posição do atual governador sobre o tema. O candidato do MDB rebateu dizendo que "ao redor" de Leite também há muitas pessoas que defendem a privatização do banco, e que, se realmente quisesse vendê-lo, o teria colocado no mesmo projeto onde estão a CRM, a Sulgás e a CEEE.
Eduardo Leite lembrou das vendas de ações do Banrisul:
— Isso também é privatização. E o pior, privatizou parte do banco para colocar no custeio da máquina. O seu governo tem vendido para resolver os problemas dos seus quatros anos e não para reinvestimentos que alavanquem a economia.
Sartori respondeu:
— Todo mundo sabe que parte do que foi vendido fica no próprio banco e outra parte vai para o Estado. No nosso governo, valorizamos o Banrisul, tanto que está dando resultados positivos. Colocamos lá só gente especializada e técnicos, longe de qualquer nomeação político-partidária. Posso dizer, inclusive, que o vice presidente do banco eu fui buscar no Banco Central para dar a convicção do que estamos fazendo.
No terceiro tema, Sartori contextualizou investimentos em infraestrutura logística feitos durante seu governo. Disse que a RS-118 irá ser concluída, no máximo, até o início de 2019, que fez a dragagem do Porto de Rio Grande e voltou a perguntar de onde Eduardo Leite irá tirar dinheiro para continuar os investimentos em infraestrutura.
O tucano respondeu que irá garantir a conclusão da rodovia, mas criticou a dragagem do porto, dizendo que deveria ter sido feita em 2015. Leite argumentou que dragagem é como escovar os dentes, precisar ser constante.
— O porto, na condição que está, navios deixam de atracar ou saem sem a carga máxima por conta da dragagem. Eu quero ser governador para mudar essa realidade, para que o Estado volte a ser completivo.
Sartori se defendeu argumentando sobre as dificuldades encontradas para garantir o licenciamento junto ao Ibama para execução da dragagem. Dando seguimento ao tema, citou a recuperação de 3 mil quilômetros de estradas e a restauração do porto de Pelotas. Finalizou dizendo ter certeza que que o fez todo o "esforço possível".
Na última rodada de perguntas do segundo bloco, Eduardo Leite perguntou qual será a relação que o seu concorrente terá com o funcionalismo público. Se haverá diálogo. Sartori argumentou que sempre conversou com todos os seguimentos e que decisão de parcelar ou atrasar salários não foi por vontade política.
— Buscamos a modernização do Estado com gestão e leitura de indicadores, informatização e desburocratização. Hoje, recebe primeiro quem ganha menos, o que achamos justo. Os últimos a receberem são o governador, o vice e os secretários — disse.
Eduardo Leite, ao citar sua passagem pela prefeitura de Pelotas, disse que também enfrentou dificuldade financeira, mas conseguiu transpor os obstáculos organizando a política de caixa para priorizar o pagamento dos funcionários e para quitar o 13º salário de maneira antecipada.
— Temos de colocar o pagamento em dia do funcionalismo estadual no primeiro ano de governo — prometeu Leite.