Aliados de Fernando Haddad (PT) criticaram a falta de proximidade do adversário derrotado no primeiro turno Ciro Gomes (PDT), o que teria sido determinante para a derrota do petista na corrida à Presidência neste domingo (28). Eles afirmam que o pedetista foi "egocêntrico" e só pensou em uma possível candidatura nas eleições de 2022.
Deputado estadual eleito em São Paulo e um dos coordenadores da campanha do PT ao Planalto, Emídio de Souza disse que a postura de Ciro foi "insuficiente" e ajudou a eleger Jair Bolsonaro (PSL). Disse, ainda, que Haddad "é o brasileiro mais credenciado para liderar a oposição no Brasil".
— A postura dele foi insuficiente e ajudou a chegar no resultado que chegamos. Ele fez isso porque quer liderar a oposição no Brasil e porque quer ser candidato a presidente em 2022. Acho que o Ciro colocou o interesse pessoal, particular e político, que é legítimo, na frente dos interesses do país — disse Souza.
Para outro aliado, o ex-deputado Márcio Macedo, Ciro pensou apenas em si mesmo na segunda etapa das eleições.
— Acho que o Ciro perdeu a oportunidade de se consolidar como uma liderança política desse campo de esquerda democrático. Foi egocêntrico e pensou em 2022 — afirmou.
Em um vídeo ao vivo publicado no Facebook, Ciro disse que iria se abster "por uma razão muito prática" que não revelou, mas que quer "preservar um caminho" para que a população possa ter uma referência. O pedetista viajou e ficou na Europa durante duas semanas, voltando para o Brasil somente no dia 26 de outubro. No dia anterior ao retorno de Ciro, Fernando Haddad disse, em entrevista coletiva no Recife (PE), que com o apoio do ex-candidato, seria mais fácil a virada.