Apesar da expectativa e de acenos de Fernando Haddad (PT) e do apoio crítico do PDT ao candidato petista, Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, não manifestou apoio a nenhum dos candidatos que disputam o segundo turno no pleito deste domingo (28).
Em vídeo ao vivo no Facebook transmitido neste sábado (27), Ciro disse que não quer declarar seu voto neste momento "por uma razão muito prática" que não revelou, mas que quer "preservar um caminho" para que a população possa ter uma referência.
— Claro que todo mundo preferia que eu, com meu estilo, tomasse um lado e participasse da campanha. Mas não quero fazer isso por uma razão muito prática, que eu não quero dizer agora, porque se eu não posso ajudar, atrapalhar é o que eu não quero — disse.
Ciro viajou para a Europa após o primeiro turno das eleições, em que recebeu 13,3 milhões de votos. Após a apuração, ele foi questionado a quem daria apoio. Em resposta, afirmou somente "ele, não", uma referência ao movimento contrário a Jair Bolsonaro. No vídeo de dois minutos publicado hoje, o pedetista reforçou:
— Minha consciência me aponta para a necessidade de preservar um caminho em que a população brasileira possa ter amanhã (domingo, 28) uma referência para enfrentar os dias terríveis que, imagino, estão se aproximando.
O irmão de Ciro, senador eleito Cid Gomes, fez críticas ao PT quando participava de um ato em apoio a Haddad. O vídeo chegou a ser utilizado na campanha do PSL na televisão.
Haddad esperava apoio do pedetista
No dia anterior ao retorno de Ciro Gomes da Europa, Fernando Haddad disse, em entrevista coletiva no Recife (PE), que com o apoio do ex-candidato, seria mais fácil a virada.
— Até minha mulher está com ciúme do Ciro de tanto aceno que eu faço para ele. Vou continuar fazendo aceno porque gosto do Brasil acima de tudo. Não é com arrogância que vamos enfrentar o desafio que está posto. Vamos fazer um governo amplo, de unidade nacional, democrático e policial— disse Haddad.