O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião com Fernando Haddad, decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir sua candidatura. A defesa do petista tentará reverter nos próximos dias a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o registro do petista na última sexta-feira (31). Com isso, no momento, Lula segue como o número 1 da chapa na disputa pela Presidência da República.
A informação foi confirmada por Haddad, na tarde desta segunda-feira (3). O ex-prefeito de São Paulo cancelou agenda em Porto Alegre para debater com Lula, em Curitiba, o posicionamento em relação ao encaminhamento do TSE.
— Serão duas petições. Dois recursos com pedido de liminar, tanto na esfera eleitoral quanto na esfera criminal, para que ele tenha o direito de registrar sua candidatura no prazo que foi dado, de 10 dias. Ou seja, para que não haja necessidade de substituição no prazo de 10 dias — afirmou o ex-prefeito de São Paulo.
Conforme Haddad, os advogados de Lula também vão solicitar manifestação da ONU sobre a determinação do TSE. O Comitê de Direitos Humanos da entidade havia afirmado que a candidatura do ex-presidente deveria ser garantida pelo Brasil, e o ministro Edson Fachin votou pela manutenção do pleito de Lula devido a esta recomendação. Entretanto, seis dos sete ministros julgaram que a decisão não é vinculativa e votaram pela inelegibilidade do ex-presidente.
Haddad informou que está retornando para São Paulo, onde vai tratar dos ajustes para que a propaganda eleitoral da chapa esteja "estritamente" de acordo com a determinação do TSE. Os ministros da Corte autorizaram o PT a usar o tempo de rádio e TV, desde que Lula não se apresente como candidato a presidente. Alguns partidos contestaram o uso da imagem de Lula na campanha, que começou a ser veiculada no sábado.
— Nós tivemos um prazo muito exíguo de tempo para ajustar todas as plataformas, TV, rádio, internet, é muita coisa para ajustar. Nós levamos ao conhecimento do tribunal todos os e-mails, as medidas que foram tomadas ainda na madrugada para ajustar toda a manutenção da campanha à decisão tomada. Uma decisão tomada já de madrugada e os profissionais tiveram que ser chamados em suas casas, mobilizados para que a mudança fosse feita.