Na madrugada deste sábado (1º), os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mudaram de ideia e decidiram autorizar o PT a usar o tempo de propaganda eleitoral para promover o candidato a vice-presidente, Fernando Haddad. De acordo com a decisão, o PT poderá usar o tempo de rádio e TV, desde que Lula não se apresente como candidato a presidente.
Ao negar o registro da candidatura de Lula, condenado e preso em Curitiba, o ministro relator Luís Roberto Barroso afirmou que Lula não poderia utilizar o tempo da propaganda eleitoral, e que o partido teria 10 dias para substituir o ex-presidente na cabeça de chapa.
Entretanto, o advogado da candidatura de Lula, Luís Fernando Casagrande Pereira, argumentou que o tempo de TV pertence à coligação, não ao candidato a presidente. A tese da defesa é baseada no precedente de 2014, quando o PSB usou o tempo de TV para promover a candidata a vice, Marina Silva, depois da morte de Eduardo Campos, que era o postulante do partido ao Planalto. Marilda Silveira, advogada do partido Novo, divergiu da tese.
Barroso resolveu considerar os argumentos da defesa do PT e discutiu com a presidente da corte eleitoral, Rosa Weber, a necessidade de deliberar sobre o tema antes do início da propaganda eleitoral, neste sábado. Pouco depois da 1h, os ministros se reuniram e decidiram liberar a possibilidade do PT usar o seu tempo para promover Haddad. O ex-prefeito de São Paulo deverá ser o substituto de Lula na campanha eleitoral, embora o partido negue a possibilidade e diga que usará "todos os meios" para que o ex-presidente possa ser o candidato.
Na noite desta sexta-feira (31), a intenção de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de concorrer ao terceiro mandato como presidente da República foi frustrada. Em sessão extraordinária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que encerrou na madrugada deste sábado (1º). Seis dos sete ministros da Corte decidiram tornar o ex-presidente inelegível, baseada na condenação do petista em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, investigado pela Operação Lava-Jato.