Ao abrir a série de entrevistas com os candidatos ao governo do Estado no programa Gaúcha Atualidade, Eduardo Leite (PSDB) defendeu nesta segunda-feira (10) a privatização das estatais gaúchas da área de energia (CEEE, Sulgás e CRM). Os recursos provenientes das vendas, segundo ele, não devem ser utilizados para o custeio da máquina pública, mas para a realização de investimentos. Sobre o Banrisul, Leite disse ser contrário à privatização.
O candidato ainda se mostrou favorável à adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), proposto pela União, mas argumentou que o contrato deve ser assinado pelo novo presidente da República com o próximo governador. Segundo ele, haverá maior estabilidade econômica no país e, assim, será possível firmar um acordo com melhores condições para o Estado, ampliando o prazo de carência para o pagamento da dívida com a União e flexibilizando as regras de contratação de servidores públicos.
— Temos a expectativa que se retome a confiança no país e o governo federal possa fazer negociações em melhores termos, inclusive com alongamento do prazo de carência de pagamento da dívida, que hoje é de três anos. Mas isso são suposições e hipóteses. Importante é que vamos ter um novo ambiente para essa negociação, inclusive na questão dos servidores, que é a que mais me preocupa, especialmente o chamamento de servidores para reposição de efetivo, em que meramente repor aposentadorias não será suficiente. Acreditamos que será necessário incremento de efetivo na Polícia Militar, na Polícia Civil e nos agentes penitenciários — apontou.
O candidato ainda firmou o compromisso de colocar os salários do funcionalismo em dia em seu primeiro ano de gestão:
— Nosso compromisso é estabelecer o pagamento em dia dos servidores, no primeiro ano de governo. Acreditamos que isso é possível, sim. Tenho conversado com especialistas e vamos fazer todo o esforço de reorganização da política de fluxo de caixa, como fizemos em Pelotas, quando fui prefeito.
O tucano defendeu a concessão de estradas à iniciativa privada, com pedágios nas rodovias. No que tange à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o candidato pregou a extinção da estatal — atualmente responsável pela manutenção e cobrança de tarifas em parte das estradas estaduais.
O aumento de ICMS, aprovado em 2015, vence no final de 2018 e, para valer em 2019, precisa ser aprovado ainda neste ano. Leite afirmou que, se for eleito, pedirá ao atual governador que encaminhe o projeto de lei para manter as atuais alíquotas elevadas de ICMS por mais dois anos.
Ouça a entrevista completa:
Ordem das demais entrevistas:
11/09 — Mateus Bandeira (Novo)
12/09 — Júlio Flores (PSTU)
13/09 — José Ivo Sartori (MDB)
14/09 — Roberto Robaina (PSOL)
17/09 — Jairo Jorge (PDT)
18/09 — Miguel Rossetto (PT)