Um dos períodos mais decisivos a respeito do cenário eleitoral é a janela partidária entre março e abril. É neste período que os políticos em cargos eletivos — como prefeitos, vereadores e deputados — podem fazer trocas de partidos perante a Justiça Eleitoral. Em relação às eleições, já será possível ter uma ideia de quem serão os principais nomes que irão disputar o pleito municipal, e de que lado da disputa cada um estará. A janela abre no dia 6 de março e fica aberta por um mês, até 6 de abril — mesma data na qual encerra o prazo para secretário municipal ou ocupante de cargo de confiança que pretende concorrer se desincompatibilizar da função.
Em Caxias, as movimentações na Câmara de Vereadores devem apresentar, no mínimo, cinco trocas, seja de titulares das cadeiras ou de partidos. A primeira mudança, acertada há mais tempo, deve ser com Clóvis de Oliveira "Xuxa", que vai migrar do PRD para o União Brasil. O partido existe na cidade desde o ano passado e é presidido por Clair "Kiko" Girardi, que promete grande nominata da sigla para as eleições.
Quem também deve trocar de partido é Gladis Frizzo, que teve anunciada pelo deputado federal Mauricio Marcon (Podemos) sua saída do MDB para o Progressistas. A ideia é que seja candidata a vice ao lado de Maurício Scalco (PL). Gladis não confirma a troca, que já rendeu foto em rede social com os representantes dos partidos da frente da direita – além de PL, o Podemos de Marcon e o Novo. No Progressistas, no entanto, a aliança com a direita precisará de aprovação.
Alguns vereadores, como o próprio Scalco, Felipe Gremelmaier (MDB) ou Rafael Bueno (PDT) são alternativas dos partidos para eventuais candidaturas à prefeitura — destes, o liberal é o único pré-candidato até o momento. Nesses casos, entretanto, não é necessário pedir licença do mandato para concorrer, ao contrário dos secretários, cargos de confiança e servidores públicos.
O período pré-janela partidária também é marcado por muitas especulações e convites, e alguns cenários ficam completamente indefinidos. Adriano Bressan, por exemplo, está atualmente no PRD e compõe a base do Governo Adiló, mas tem muita proximidade com os vereadores Scalco e Alexandre Bortoluz (PP), que lideram a frente de partidos da direita. Atual presidente da Casa, Marisol Santos teve sua saída do PSDB ventilada nos bastidores, em uma eventual ida para o MDB, mas, até o final de 2023, ela descartava a mudança.
Oito secretários podem deixar prefeitura
A janela partidária também impacta o Executivo, que pode ter pelo menos oito mudanças no primeiro-escalão até abril, já que secretários devem deixar a prefeitura para que possam concorrer à Câmara em outubro.
Em uma "dança das cadeiras", o prefeito Adiló Didomenico (PSDB) deve abrir mão de pelo menos três atuais secretários para que assumam vagas no Legislativo. Ricardo Daneluz (sem partido), secretário de Turismo, e Wagner Petrini (PSB), secretário de Habitação, devem retornar à Câmara e ocupar as cadeiras para a qual foram eleitos e deixaram apenas para participar do Executivo. Eles voltariam nos lugares atualmente ocupados pelos suplentes Lucas Diel (PDT) — que, segundo ele, até o momento não há nada definido — e Alberto Meneguzzi (PSB), respectivamente.
— Ainda não conseguimos reunir o grupo político esse ano, mas a princípio está tudo certo. Nós vamos todos juntos. Nós estamos chamando a ida (para a Câmara) de bancada pró-Adiló — contou Petrini.
Já Cristiano Becker da Silva (PRD), secretário de Gestão e Finanças, como 1º suplente do partido, deve ocupar o lugar de Velocino Uez (PRD), que passaria a comandar a pasta da Agricultura — o atual titular, Rudimar Menegotto, deve se desincompatibilizar do cargo para concorrer a vereador. De acordo com Petrini, esse movimento está "90% certo".
Também devem deixar o Executivo em abril os secretários de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Élvio Gianni (PSDB), e de Educação, Edson da Rosa (Republicanos). João Uez, que comanda o Meio Ambiente e é chefe de gabinete interino, e Cristina Calganotto, da Cultura, também podem deixar o governo para assumirem campanha no pleito, mas ambos estão sem partido e sem uma decisão a respeito.