Ricardo Daneluz (sem partido) irá reassumir sua cadeira na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul nesta terça-feira (16), para participar da sessão que irá votar a cassação de Sandro Fantinel (sem partido), a partir das 9h30min. Daneluz comunicou o Legislativo em ofício na tarde desta segunda-feira (15). Ele estava licenciado da função para atuar como secretário de Turismo na prefeitura. Com a volta de Daneluz, o suplente e líder do governo na Câmara, Lucas Diel (PDT), deixa o cargo. A chefe de gabinete, Grégora Fortuna dos Passos, assume a pasta do Turismo interinamente até que Daneluz retorne ao cargo, o que deve ocorrer após a sessão na Câmara desta terça.
A decisão movimenta os bastidores na contagem de votos para decidir o futuro de Fantinel na Câmara, já que o retorno do atual secretário ocorre justamente no dia em que está marcada a sessão extraordinária para votar o caso. São necessários oito votos contrários à cassação, de 23 possíveis, para decretar o arquivamento do caso. A sessão foi marcada pelo presidente Zé Dambrós na última sexta-feira (12), um dia após a Comissão Processante que investigou Fantinel divulgar o relatório com parecer favorável à cassação do vereador.
Fantinel é acusado de quebra de decoro parlamentar após falas preconceituosas contra baianos no plenário da Câmara de Vereadores em 28 de fevereiro. O processo de cassação contra ele foi aberto em 2 de março. Na sessão desta terça, serão votadas quatro denúncias, que constam no relatório da Comissão Processante. Duas pedem a cassação de Fantinel pelas declarações contra baianos — uma de autoria do ex-vice-prefeito de Caxias, Ricardo Fabris, e outra das Defensorias Públicas do Rio Grande do Sul e da Bahia. Para estas, o parecer da Comissão foi favorável.
Por outro lado, o grupo pediu o arquivamento de uma terceira denúncia, patrocinada pelo PDT, que requer que o caso seja encaminhado à Comissão de Ética da Câmara, e da quarta, também assinada por Fabris, que pede a cassação de Fantinel pela fala contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em 17 de novembro de 2022, quando afirmou que "um ministro do Supremo Tribunal participou de uma orgia com crianças fora do Brasil".