O petista Pepe Vargas, 55 anos, foi o único dos 18 candidatos a deputado federal por Caxias do Sul a ser aprovado pelas urnas. Com o peso de ser o único representante da cidade em Brasília, garantiu que não está pensando no terceiro mandato por enquanto:
- Estamos num segundo turno, precisamos desfazer essa tentativa de manipulação da mídia. Há uma parcela da mídia no Brasil que sempre foi golpista, que tramou contra o Getúlio, contra o Jango, e hoje trama contra a Dilma - alfinetou.
Para Pepe, o momento é de trabalhar para reeleger a presidente Dilma Rousseff, o que, segundo ele, garantiria um cenário positivo para o cumprimento de compromissos assumidos na campanha.
- Quero ser deputado num país que continue incluindo socialmente, gerando emprego, renda. Vou pensar o meu mandato depois do dia 26. Antes disso, não estou pensando o planejamento. Os meus compromissos são compatíveis com uma política econômica que vise crescimento com distribuição de renda - garantiu o deputado, que foi ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma entre março de 2012 e março deste ano.
Com 109.469 votos, Pepe fez 11.238 a menos votos do que na eleição de 2010. Essa redução, que ele acredita ter afetado todos os concorrentes, teria dois motivos: o grande número de candidatos (18 em 2014, contra 11 em 2010) e o alto volume de votos brancos, nulos e abstenções. No pleito do último dia 5 de outubro, 331.792 eleitores de Caxias do Sul estavam aptos a votar, sendo que apenas 282.915 compareceram às urnas. Desse total, 31.030 pessoas votam em branco e outras 22.013 em nulo na opção "deputado federal".
Essa redução dos votos válidos, critica, está ligada à criminalização da política. De acordo com ele, parte da imprensa generaliza as irregularidades:
- Basta um cara que fez uma coisa irregular que todo mundo vai para o mesmo vinagre. É lógico que tem gente na política que faz coisa errada, mas não são todos, aliás não é nem a maioria.
AS BANDEIRAS
Como o candidato não detalhou as propostas do novo mandato, o Pioneiro reproduz projetos listados no folder de campanha:
>> Gerar mais empregos, por meio de políticas de desenvolvimento das cadeias produtivas que geram emprego e renda, como metalmecânico, moveleiro, têxtil, plástico, agricultura e agroindústria.
>> Defender a manutenção da política de valorização de salários.
>> Zelar pelas leis trabalhistas e previdenciárias já existentes e lutar para que sejam ampliadas à medida que são reduzidos os encargos sobre as empresas.
>> Defender a reforma do sistema eleitoral, com o fim do financiamento privado das campanhas.
>> Defender e ampliar políticas de apoio aos pequenos produtores.
>> Defender o fortalecimento do SUS e o programa Mais Médicos, com ampliação do financiamento e valorização dos profissionais da saúde.
>> Lutar pelo aperfeiçoamento da lei do Simples, incluindo novos setores e ampliando limites de faturamento.
>> Defender a regulamentação da mídia.
>> Batalhar por mais recursos para o programa Minha Casa, Minha Vida.
>> Expandir universidades e institutos federais em locais onde não há essas instituições, como é o caso da Serra, Vale dos Sinos e Paranhana.
>> Defender o pagamento do piso do magistério.
>> Batalhar por melhoria na infraestrutura, com federalização da Rota do Sol, novo aeroporto de Vila Oliva, ponte de Guaíba, BR-285 entre SC e RS, extensão da BR-448 até Portão e Estância Velha, duplicação da BR-116 e ERS-122, hidrovia do Mercosul e transporte ferroviário.