A preservação e a utilização futura da fábrica 2 da Maesa (Metalúrgica Abramo Eberle SA) motivam a realização de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa em Caxias do Sul. O debate, proposto pelos deputados Vinicius Ribeiro (PDT), Maria Helena Sartori (PMDB) e Marisa Formolo (PT) e pelo ex-deputado Marcos Daneluz (PT), será às 19h de hoje, na Câmara de Vereadores.
A expectativa é de que sejam divulgados, pelo governo do Estado, mais detalhes da proposta de doação de parte da área ao município, trazida pelo governador Tarso Genro (PT) em sua última visita a Caxias do Sul. Hoje, parte da antiga Maesa é ocupada pela fundição do Grupo Voges.
Proprietário do imóvel localizado entre as Ruas Plácido de Castro e Dom José Baréa em função de dívidas da antiga fábrica, o governo quer vender parte da área, para reforçar o caixa. Diante da intenção inicial de comercializar tudo, que gerou forte reação na cidade em defesa da preservação, já é um avanço. Mas essa divisão, com a preservação apenas parcial da antiga Maesa, é polêmica e promete pautar as discussões desta noite.
Outra expectativa da noite é sobre a posição do município à oferta do Estado. Ao receber a proposta do governador - coincidência ou não, junto com a garantia de desapropriação da área do Aeroporto de Vila Oliva -, o prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) reagiu com cautela e chamou o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico para opinar. Em que pese os apelos pela preservação, a Maesa não está tombada pelo município.
O debate sobre o aproveitamento futuro da área da Maesa tem priorizado os aspectos cultural e social. Também se cogita a abertura de um prolongamento da Rua Vereador Mário Pezzi, interrompida justamente pelo terreno. A Câmara de Vereadores formou uma Comissão Temporária Especial para Acompanhamento do Processo de Tombamento da Antiga Maesa/Fábrica 2, presidida por Jaison Barbosa (PDT).