Com dois meses de atraso, a revitalização da Avenida Júlio de Castilhos, em Caxias do Sul, está na reta final. Há reparos que ainda merecem atenção, como redistribuir as placas de trânsito e retirar boa parte dos canteiros de pedra nas esquinas. Também é cogitada a instalação de mais bancos nas calçadas, etapa que cabe aos lojistas, acrescenta o titular da Secretaria de Obras, Norberto Soletti. Ainda há um trecho de 500 metros entre as ruas Feijó Júnior e Teixeira Mendes, não previsto inicialmente, que terá o pavimento refeito. A força-tarefa de revitalização da Júlio reúne profissionais das secretarias de Obras, Trânsito e Meio Ambiente, além da Codeca.
A operação se encaminha para o oitavo mês porque trabalhos no eixo central do SIM Caxias e a chuva atrapalharam. Os reparos, prevê o secretário Soletti, serão executados até o fim deste mês: – Já convocamos uma nova reunião da força-tarefa para dar agilidade ao processo. Mas acredito que está 80% encaminhado.
A última vez que a Júlio passou por obras foi em 2013. Antes dos reparos, havia problemas como calçadas esburacadas e pavimentação desgastada, já que a via tornou-se uma das principais alternativas diante dos bloqueios de trânsito do SIM Caxias. Uma das mudanças visuais que mais impactou foi a remoção de mais da metade dos 151 postes verdes em estilo retrô. Queixa dos lojistas, que consideram parte da área central escura, a iluminação, no entanto, não será reforçada porque foi refeita em 2011.
As mudanças são acompanhadas com expectativa pelos comerciantes.
– Sabemos que as equipes estão trabalhando e há melhorias, mas faltam algumas mudanças para ver se realmente o Centro vai se tornar um lugar bom de circular – analisa a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas ( CDL), Analice Carrer.
Moradores preferem avaliar a sequência de obras somente após a conclusão.
– O pessoal me procura para se queixar de algumas coisas pontuais, e a prefeitura tem sido solícita ao arrumar o que pedimos. Aguardamos melhorias nas lixeiras, por exemplo, e o término do plantio de flores – pontua o presidente da Associação de Moradores do Centro, Marco Antônio Doncatto.
Até o momento, porém, não há previsão de troca ou colocação de novas lixeiras na região.
A OBRA
Canteiros e rampas de acesso
A arborização dos canteiros ficou por conta da Secretaria do Meio Ambiente. Dois canteiros que ficam na parte central da avenida foram adotados por empresas, que serão responsáveis pelo plantio e manutenção por meio de um convênio com a prefeitura. Outros 13 canteiros que ficam nas esquinas, sobre as calçadas, serão removidos ou ficarão somente com as árvores que já estão plantadas. A medida foi tomada para facilitar a passagem de pedestres. Os que não foram removidos, terão o tamanho reajustado de 4mx2m para 1,5mx1,5m. Pelo menos 66 rampas de acesso foram refeitas e 19 foram reformadas, passando de 80 centímetros de largura para 1,4m
Iluminação
Dos 151 postes em estilo retrô posicionados na Avenida Júlio, restam 80. Destes, 76 estão no entorno e na Praça Dante Aliguieri, o que inclui vias como a Dr. Montaury e a Marquês de Herval. De acordo com a Secretaria de Obras, não haverá reforço na iluminação porque em 2011, quando o projeto de remoção dos postes foi aprovado, houve incremento no quesito iluminação ao longo da via.
Calçadas
O conserto das calçadas está 80% concluído. Para a manutenção dos trechos que envolvem pedras uruguaias ao longo da Júlio, como as que colorem o calçadão, a prefeitura licitou e contratou uma empresa caxiense que confeccionou pedras semelhantes para a reposição. Lojistas com estabelecimentos que ficam entre as ruas Do Guia Lopes e Andrade Neves precisaram pagar o conserto das calçadas, já que se tratavam de lajotas comuns.
Pavimentação
O trecho total restaurado é de cerca de quatro quilômetros, nas pistas entre a Andrade Neves e a Teixeira Mendes. O projeto inicial era reformar a pavimentação até a Feijó Júnior, mas decidiu-se ampliar cerca de 500 metros. O trabalho foi dividido em duas etapas: da Andrade Neves até a Marquês do Herval, os paralelepípedos foram removidos em função de obras de drenagem que precisaram ser feitas. Da Dr. Montaury em diante, foram executados apenas remendos. Resta a pavimentação da Feijó até a Teixeira Mendes.
Placas de trânsito
A promessa de que as placas de trânsito seriam redistribuídas, limpas e teriam as hastes estragadas substituídas ainda não foi colocada em prática. A responsabilidade é da secretaria de Trânsito, que alega aguardar ordens da pasta de Obras para execução. Os arcos posicionados nas esquinas, instalados pela CDL para enfeites de Natal, serão removidos nos próximos dias.
Raízes desnivelam a calçada
Quem passa pela Dr. Montaury percebe que há problemas na calçada da Praça Dante Alighieri. Há declives e pedras soltas em função da expansão das raízes de exemplares de acer, árvores plantadas no início dos anos 2000. De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, a árvore busca espaço entre as lajotas para crescer e, como está firmada em poucos centímetros de terra, as raízes invadindo a calçada e causam as inclinações. A solução é a poda regular das raízes e eventuais reparos que, segundo o secretário, já são feitos. – A comunidade não pode exigir o sacrifício destas plantas para que a calçada fique mais reta. Há espaço ali para passagem, já mudamos alguns bancos de lugar – justifica. A pasta promete reparos nos próximos dias, com novas podas e recolocação das lajotas.