Em reunião na tarde desta sexta-feira (11), Eduardo Leite comprometeu-se a ajudar em uma resolução no impasse que envolve os cânions de Cambará do Sul. Conforme assessoria do Estado, o governador encontrou-se com a direção da Urbia em São Paulo (SP), que tem a concessão dos Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, para discutir soluções para o imbróglio, mesmo que o contrato seja com a União. Antes, a empresa fez um pedido para fechar os parques e suspender as visitações.
Apesar da concessão ser federal, Leite afirmou que os cânions de Cambará são estratégicos para o turismo do RS e, especialmente, da Serra:
— O governo do Estado tem feito importantes investimentos na promoção turística da região, inclusive com o lançamento da Campanha Nacional de Turismo, acelerando o processo de melhoria nas estradas de acesso aos parques e trabalhando pelo novo aeroporto da Serra Gaúcha.
Na última segunda (7), a Câmara de Mediação e Arbitragem Empresarial negou o pedido da Urbia para o fechamento do parque e suspensões das visitações. A empresava alegava que, assim, teria uma redução de custos.
Esse foi um dos principais capítulos de uma polêmica que se arrasta há meses. Antes, a comunidade de Cambará já discutia o baixo movimento na cidade dos Campos de Cima da Serra. Grupos locais alegavam o alto valor para acessar os cânions — hoje, o ingresso custa R$ 102. A discussão agravou-se no último mês, depois da Urbia fechar a tirolesa no Cânion Fortaleza, uma das atrações dos parques.
Busca de entendimento
Enquanto Leite reforçou a posição por um acordo entre concessionária e União, a empresa voltou a alegar dificuldades, conforme descreve a assessoria do Estado.
Conforme nota, os representantes da Urbia apresentaram um balanço das operações e afirmaram ter dificuldades para conseguir autorizações necessárias da União para melhorias e investimentos. A empresa também disse que o excesso de chuva dos últimos meses impactou nas visitações.
— Vamos nos envolver nessa interlocução e faremos o possível para garantir que os visitantes dos parques tenham conforto e tranquilidade para desfrutar as belezas dos cânions de Cambará — declarou Leite.
No governo federal, também segue uma análise para um reequilíbrio econômico do contrato. O pedido está com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela concessão federal. A ideia é buscar uma alternativa para a redução no preço dos ingressos.
A comunidade e o atual prefeito de Cambará, Ivan do Amaral Borges, também defendem essa solução.
— Enquanto não baixarem esse ingresso, não volta essa visitação aqui em Cambará. Se não tiver os atrativos nos parques, esse projeto estará liquidado. Para pagar para ver as belezas naturais, o que antes era gratuito, precisa ter atrativos. Cadê a passarela de vidro? Cadê a tirolesa? — afirmou o prefeito no Gaúcha Atualidade, na terça-feira (8).