Tema muitas vezes esquecido em centros urbanos, a qualidade do ar ganhou destaque nos últimos meses com a concentração de fuligem em vários pontos do Brasil em consequência dos incêndios florestais no centro oeste e no norte do país. Para ter dados mais precisos a respeito da concentração de poluentes, o governo do Estado vai contratar estações de monitoramento das partículas do ar para Caxias do Sul, Porto Alegre e Santa Maria.
Apesar do projeto estar em desenvolvimento, a implantação dos dispositivos começou a ser pensada antes da enchente de maio e das queimadas dos últimos meses, de acordo com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A medida integra o programa ProClima2050, lançado no ano passado com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com a Fepam, as estações vão integrar a Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (Rede Ar do Sul). Atualmente, existem cinco estações no Estado, que estação posicionadas próximo a áreas industriais. Duas ficam na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas e Esteio; uma na General Motors (GM), em Gravataí; outra na CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba; e a quinta a Braskem, em Triunfo.
As novas estações vão ser capazes de medir as partículas PM 2,5, uma das que mais prejudicam o sistema respiratório, além de outros poluentes previstos na Resolução Nº 506, de 5 de julho de 2024 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Assim como ocorre com as cinco estações em operação, os dados medidos vão ser disponibilizados na página da Rede Ar do Sul, no site da Fepam. Atualmente, a atualização ocorre uma vez ao dia. A Política Nacional de Qualidade do Ar, que entrou em vigor em maio deste ano, também determina que dados de monitoramento de estados e municípios sejam integrados ao MonitorAr, aplicativo do governo federal de monitoramento da poluição atmosférica.
A implantação das três novas estações está em fase de planejamento e a Fepam estima abrir o processo de contratação no primeiro semestre de 2025. O contrato terá duração inicial de quatro anos. Além disso, o Estado também vai contratar uma estação móvel, que poderá se deslocar por todas as regiões.
Unidade provisória em Porto Alegre
Até a finalização da contratação das estações permanentes, Porto Alegre deve receber uma unidade temporária. O contrato para o serviço foi assinado no último dia 17. Nesse caso, a contratação foi decidida em função das queimadas do centro do país.
O dispositivo ficará em funcionamento por seis meses e também será integrado à Rede Ar do Sul.