Após a prisão, neste final de semana, de três suspeitos de envolvimento no assalto a carro-forte que acabou com a morte de um policial militar no Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, as forças de segurança seguem as buscas aos demais criminosos. Estima-se que entre oito a 10 pessoas estariam envolvidas no ataque. A investigação é conduzida pela Polícia Federal (PF) e conta com apoio operacional da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Agentes de outros estados também estão mobilizados na busca dos bandidos que participaram do maior assalto a carro-forte da história do RS.
Segundo fontes da PF, trata-se de uma investigação muito "complexa devido à violência, quantidade e expertise dos assaltantes", que sabem como agem as forças de segurança na investigação e na repressão aos crimes. A PF avalia, porém, que as investigações, que correm em sigilo, estão em bom andamento devido à integração das forças de segurança e do trabalho de inteligência.
Presos encaminhados à penitenciária de Canoas
Os três suspeitos do assalto ao carro-forte presos na última sexta-feira (21) foram encaminhados para a penitenciária de Canoas no sábado (22). Dois deles foram localizados em um carro na BR-116, no município de Barra do Turvo (SP). Com eles foram encontrados mais de R$ 6 mil em espécie, sem procedência comprovada. Ainda não há informações sobre a terceira prisão.
Relembre o crime
Na noite da última quarta-feira (19), o carro-forte era abastecido por malotes de dinheiro trazidos de Curitiba (PR) em uma aeronave de pequeno porte. No total, seriam R$ 30 milhões pertencentes a um banco privado. O grupo criminoso atacou funcionários da empresa de transporte de valores.
Com armamento de guerra, incluindo um fuzil Barrett M82 calibre .50, e fardamento falso, os assaltantes usaram veículos com adesivos da Polícia Federal (PF) para acessar o hangar do aeroporto. O portão 2 foi aberto por funcionários que atuam no aeroporto justamente por acharem que se tratava da PF.
O primeiro confronto se deu entre os seguranças do carro-forte e a quadrilha. Em nota, a empresa Protege afirmou que o ataque "aconteceu de forma desproporcional". Os vigilantes reagiram e ficaram abrigados no carro-forte. Na troca de tiros, um funcionário foi ferido, mas passa bem.
Na sequência, equipes da BM se deslocaram ao local. Na primeira a chegar no Hugo Cantergiani estava o 2º sargento Fabiano Oliveira. Ele foi atingido por tiros de fuzil no tórax, que atravessaram o colete de proteção balística. Mesmo socorrido e levado ao hospital, o brigadiano não resistiu.
Funcionários de empresas que atuam no aeroporto foram feitos reféns. Ao menos três pessoas permaneceram sob domínio dos assaltantes por cerca de 30 minutos, até que agentes do Batalhão de Choque conseguiram resgatá-los. Uma das vítimas narra que os criminosos permaneceram calmos durante a ação e não ameaçaram os reféns.
O criminoso que foi morto fugia em uma camionete Frontier, falsamente identificada como sendo da PF. Com ele foram recuperados cerca de R$ 15 milhões, metade do total que estaria sendo transportado.