Apesar do temor que persiste em parcela da população, o Sindipetro Serra, sindicato que representa os postos da região, e o Sindigêneros, que representa os supermercados, reforçam que não há risco de desabastecimento de produtos em Caxias do Sul. Ao contrário da Região Metropolitana de Porto Alegre onde a enchente impacta a logística neste momento, na Serra já há estradas parcialmente liberadas. Dessa forma, itens como água, papel higiênico e gasolina estão chegando à cidade normalmente, mesmo que consumidores não encontrem pontualmente em alguns estabelecimentos.
Conforme Vilson Pioner, presidente do Sindipetro Serra, a abertura da RS-446, entre Carlos Barbosa e São Vendelino, nos últimos dias, tem permitido a chegada dos caminhões de combustível até a cidade. O carregamento nas distribuidoras, junto à Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, também está ocorrendo. Nem todas as distribuidoras estão em operação, mas Petrobras e Shell estão dando conta de abastecer o mercado.
— Alguns postos que não têm caminhão próprio estão sem combustível porque as distribuidoras não estão enviando os veículos, mas os que têm caminhões estão conseguindo chegar — observa.
O governo federal também alterou as misturas de etanol e biodiesel nos combustíveis do estado temporariamente. Isso facilita a distribuição, uma vez que os insumos vêm de fora do estado e o transporte tem enfrentado dificuldades. Dessa forma, é possível entregar o combustível mesmo com os estoques de etanol e biodiesel mais baixos.
— Na terça-feira (7), a ANP (Agência Nacional Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) baixou uma portaria permitindo que se reduza de 27% para 21% o etanol na gasolina e de 14% para 2% o biodiesel no diesel — explica Pioner.
Ainda segundo o presidente do Sindipetro, ainda há dificuldade com relação à entrega de botijões de gás, já que a base de distribuição em Canoas está isolada. Apesar disso, a previsão é de que possa haver no máximo uma redução de oferta no mercado, mas não uma falta generalizada.
— Terça houve uma novidade boa. Caminhões com tanque apropriado para gás carregaram no Paraná e já estão distribuindo para condomínios e clientes maiores. Tem possibilidade também de trazer os botijões de fora, mas o que vejo é que pode ter aumento no custo de transporte — explica.
Itens básicos garantidos
Com relação aos supermercados, a situação segue tranquila, segundo o presidente do Sidigêneros, Volnei Basso. Até mesmo os hortifrutigranjeiros têm chegado aos estabelecimentos, com falta apenas de produtos pontuais. Também estão sendo entregues normalmente itens como papel higiênico e água.
— Terça, empresas que fabricam papel higiênico do Estado estavam marcando entregas, e a água também está chegando. A situação mudou para melhor. Tínhamos grande preocupação com a ligação para Santa Catarina, já que tudo vem do norte, mas agora está liberado via Antônio Prado e Vacaria, ainda que com alguma demora. Vamos passar sem grandes problemas — explica.
A expectativa é de que a Rota do Sol também possa ser liberada em breve, criando outro trajeto de entrega de mercadoria. Com relação ao arroz, da qual o Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional, a indústria já negocia importação do grão da Tailândia para compensar as perdas e garantir o abastecimento do mercado nacional.