O presidente do MobiCaxias, Rodrigo Postiglione, e o vice-presidente da entidade, Valdir Walter — que também é presidente da União das Associações de Bairros (UAB) —, concederam entrevista veiculada no programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, nesta segunda-feira (1º). Entre os temas abordados, Postiglione e Walter falaram sobre as articulações para trazer investimentos, recursos e novidades para o desenvolvimento de Caxias do Sul, além dos gargalos observados por eles que impedem o avanço em áreas como infraestrutura e economia.
Criado em 2014, o grupo Mobilização por Caxias do Sul trabalha na articulação de parcerias entre comunidade, academia, movimento comunitário, empresários e agentes políticos, no sentido de fomentar e estimular um ambiente próprio para atração e manutenção de negócios, além de ações voltadas ao desenvolvimento da cidade.
No final de 2023, o MobiCaxias reconduziu Postiglione à presidência, para o biênio 2024-2025, além de realizar o lançamento de mais uma edição do Perfil Socioeconômico de Caxias do Sul, que apresenta os principais números da cidade nas dimensões de infraestrutura e desenvolvimento econômico e social.
A entrevista foi concedida aos jornalistas Alessandro Valim, André Fiedler e Ciro Fabres, titular da coluna Mirante.
Confira na íntegra:
Quais foram as principais ações realizadas pelo MobiCaxias e o que fica para 2024?
Rodrigo Postiglione: Primeiro, a nossa integração com a comunidade de Caxias, dos diversos setores. O MobiCaxias é composto pelo Executivo, pelo Legislativo, pelo Valdir Walter, que é uma pessoa maravilhosa e tem um exército com ele, que é a população de Caxias, são 200 presidentes de bairro. E ainda a nossa academia e o nosso empresariado. Esse é o formato do MobiCaxias, é congregar as pessoas. E em 2023 nós trabalhamos muito dentro dos projetos estruturantes que é a questão do aeroporto, foi o polo rodoviário, o terminal ferroviário de Vacaria, a parte da saúde, que nós tivemos um trabalho muito grande lá no Hospital Geral, de apoio. Tivemos um trabalho muito interessante na Câmara de Educação também, unindo todos os players aqui de Caxias. Tivemos um trabalho muito interessante também na nossa Câmara de planejamento territorial, com mais de 30 arquitetos e engenheiros trabalhando com as novas tendências de mundo, fazendo com que Caxias absorva essas ideias, e que a gente possa ter uma agilidade nas nossas leis, no plano diretor, né? Sempre levando isso para a prefeitura, para os secretários para que a gente chegue num denominador comum.
Como o movimento comunitário tem se integrado a essa proposta de um movimento amplo, que congrega a cidade, que mobiliza, que propõe, que ajuda a executar mas não executa? Como é que tem sido a participação para o movimento comunitário estar inserido também numa entidade como o MobiCaxias?
Valdir Walter: Hoje, para nós, é extremamente importante essa inserção dentro do Mobi, porque a gente aprendeu muito. Dentro do Mobi a gente tem pessoas muito experientes, então eu sempre costumo dizer que o movimento comunitário é uma universidade ambulante, em que a gente aprende muito. A partir do momento em que a gente foi inserido dentro do Mobi Caxias, a gente já começou a colocar a entidade UAB numa visão diferente, até porque alguns anos atrás a gente via a UAB sendo taxada de outra forma. Hoje não, hoje a UAB está totalmente diferente e é bem vista em qualquer lugar que a gente chega. A gente dialoga com todas as classes. Para nós, hoje, a inserção dentro do Mobi foi de muita valia, porque só assim a gente consegue trabalhar com muito afinco e mostrar também os problemas que nós temos em Caxias, que não são poucos, e aí o Mobi nos ajuda muito nessas questões.
Qual é o maior gargalo em termos de articulações para estimular e atrair negócios para o desenvolvimento de Caxias do Sul?
Postiglione: Eu acho que ainda são as pessoas. De quem está aí comandando, um pouco de medo. Eu sempre digo que nós estamos em uma cidade tão pujante que precisamos de pessoas mais arrojadas. Aí quando a gente fala que o Valdir Walter está junto, acaba colocando os técnicos, os engenheiros, os arquitetos para solucionar problemas que às vezes não se conhece, mas que são ditos pela UAB. Isso precisamos fomentar, e é uma integração de todos, para que a gente viva dentro de um ecossistema, e não dentro do "egossistema". E aí vamos fazer com que a gente realmente traga gente nova para Caxias, novos investimentos. É isso que nós estamos colocando pro nosso poder público. Nós precisamos de emprego e de renda, nós precisamos de gente que pense na nossa comunidade como um todo, e aí nós temos essa comunhão. Porque nós, às vezes, somos mediadores de conflito e chegamos a um denominador comum. Todos têm participação de mesmo peso dentro do MobiCaxias e todos têm que pensar pela nossa cidade, independente de partido. Quem faz por Caxias, seja do partido A, B ou C, não nos interessa. Nós precisamos valorizar essas pessoas e dizer o que estão fazendo pela nossa região. Nós viemos de um período muito intenso eleitoral e que vem, no nosso país, com divisão, e o que nós não queremos é divisão dentro de Caxias. Hoje temos mais de 300 voluntários, temos muitas entidades que nos apoiam, e isso já fez com que a gente realmente sentisse que, juntos, nós somos mais fortes.
Nós precisamos de projetos. Precisamos de gente que pensa grande e que não tenha medo de botar Caxias no patamar que ela tem.
RODRIGO POSTIGLIONE
Presidente do MobiCaxias
O Mobi é uma entidade relativamente recente, e que já conquistou o seu espaço e já demonstrou a importância. Como avalia o que era Caxias do Sul quando o Mobi foi idealizado e agora, depois de todo esse trabalho que a entidade já desenvolveu, o que se conseguiu avançar?
Postiglione: O Mobi sempre foi um embrião, porque ele existe dentro de todas as entidades. A gente transita dentro da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), dentro da CIC (Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul), dentro do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias do Sul), dentro do Simecs (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região), dentro do Simplás (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho), do SEGH (Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria). É um vai e vem de pessoas que hoje estão juntas. O que nós conseguimos foi, com as nossas reuniões quinzenais com a prefeitura, começar a trabalhar dentro de um plano de ação que nós precisamos para Caxias, e que a gente não tenha mais um plano político para aquele mandato. Nós precisamos elaborar um documento, e isso já foi feito pelo Mobi desde o início, na produção da Agenda 2020, na produção do primeiro perfil socioeconômico, na primeira apresentação dos projetos estruturantes que nós precisávamos, e essa cobrança faz com que a gente tenha o desenvolvimento das ações.
Como a gente faz essa mobilização chegar até os locais e os espaços de poder onde elas precisam chegar, para que haja o retorno que a participação de Caxias na arrecadação tributária exige? Como a gente faz pra mobilizar e fazer essa mobilização se reverter em benefícios para a comunidade?
Postiglione: A gente volta àquela questão da união. Nas últimas duas vez que fomos à Brasília, fomos com representantes da Amesne, estávamos junto com 16 prefeitos, com a bancada gaúcha, conseguimos reunir (os deputados federais) Denise Pessôa e (Maurício) Marcon, os nossos senadores (Luiz Carlos) Heinze e o (Paulo) Paim. Acordamos que nós devemos pensar que todos poderiam aportar dinheiro, recursos por necessidade. Então, às vezes isso não é fácil, mas nós fomos num grupo coeso, e mostra uma boa organização. Quando a gente vai pedir, a gente tem que chegar organizado. A gente já tem colhido alguns frutos. Temos a busca pelos recursos do aeroporto (da Serra Gaúcha, em Vila Oliva), que a gente consiga ter o nosso porto meridional (em Arroio do Sal). Antes de trocar, o ministro (de Portos e Aeroportos) França garantiu que iria permanecer os R$ 200 milhões para o aeroporto, e esperamos que agora no primeiro trimestre de 2024 seja colocada a licitação da terraplanagem, pelo menos. Então essa mobilização de todo mundo junto e organizado faz a diferença.
Dá para dizer que hoje o Mobi faz o que seria um planejamento estratégico da cidade, independentemente da gestão? Há um plano para a cidade idealizado pelo Mobi?
Postiglione: Exatamente, esse é o foco principal. A gente ajuda no planejamento, porque nós temos uma experiência de fora. Não é só do político que é administrador e que às vezes não conhece muito e chega para administrar a cidade. Um detalhe importantíssimo: o plano de mobilidade. Eu estava como presidente até 2022 do Sinduscon, e fazia mais de 15 anos que nós pedíamos para a prefeitura fazer o Plano de Mobilidade Urbana (Planmob), nós colocamos na Agenda 2020 o plano, e o secretário (de Trânsito, Transportes e Mobilidade) Alfonso (Willenbring Jr.) achou que era interessante fez todo o processo. Agora nós já temos um cenário novo, isso foi um pedido que nós fizemos, é uma necessidade, assim como lá atrás nós colocamos na Agenda 2020 que precisávamos da regularização fundiária, que foi uma solicitação da UAB. Foi desenvolvido muito e não pode parar, porque nós temos a nossa cidade em ordem. São pequenos fatores que nós realmente contribuímos como sociedade civil organizada. Mobi é a mobilização de todos. Cada um fala por si, cada entidade tem a sua representatividade, mas nós nos unimos para o bem comum da cidade.
Essa ação do Mobi é entendida pelos políticos e pelas outras entidades da cidade? Há uma visão hoje dessa importância do Mobi?
Postiglione: Nós somos novos, então a gente vem fazendo realmente com uma pequena transformação. A gente está começando a ser compreendido. Porque quem bota na pauta é o prefeito, são os secretários, nós somos nós. O holofote, a fotografia, o agradecimento, é uma coisa, inclusive, que nós não queremos. Acho que é importante porque quando nós falamos em ecossistema e "egossistema" conflita um pouco. Nós deixamos as glórias para quem fez, é a valorização das pessoas que realizam. Estamos sendo entendidos.
Nós somos uma cidade com alto desenvolvimento industrial, mas nós temos estradas péssimas. Temos um acesso terrível.
RODRIGO POSTIGLIONE
Presidente do MobiCaxias
Que pontos estão na Agenda 2020 que ainda não conseguiram avançar?
Postiglione: Nós temos alguns pontos de infraestrutura, a questão da mobilidade que tem que avançar muito. Entramos nessa parte da licitação da empresa que venceu (para a elaboração do Planmob), mas agora precisamos de um desenvolvimento para nossa cidade. Nós precisamos de sinaleira inteligente, de viaduto, de passarela, de elevadas, de muitos pontos novos. Isso é uma coisa importantíssima. Outro ponto que nós precisamos também estruturar é a questão da educação. (Identificar) nas escolas quais são os pontos críticos. O Mobi reuniu todos os players, desde a educação infantil, ensino médio e as universidades, e isso fez com que nós tivéssemos um trânsito de informação que acabou solucionando alguns pequenos problemas que, na época, a secretária colocou na mesa e que os players acharam uma solução. Questão de segurança também, nós não temos uma Câmara de Segurança, mas sempre colocamos que precisamos um trabalho bem mais intenso da nossa prefeitura. E a questão de telecomunicação, temos muita área, parte do agro, que não está sendo atendida. A gente tem hoje uma velocidade querendo entrar, com o 5G aqui na nossa cidade, e temos áreas de grande produção e que as pessoas não conseguem tirar uma nota fiscal porque não tem internet.
Por que a pauta da infraestrutura é tão importante para o MobiCaxias, e como consegue auxiliar na busca de recursos?
Postiglione: A infraestrutura é tudo. Nós somos uma cidade com alto desenvolvimento industrial, mas nós temos estradas péssimas. Não temos uma ligação boa com a BR-101, nós temos um acesso terrível. E sem acesso, nós não temos o turismo, porque o turismo não vem pra cá, as grandes empresas não vem para cá porque não tem estrada. Então nós não conseguimos trazer a nossa matéria-prima e não conseguimos escoar a nossa produção. Isso é uma vergonha, é um fiasco para Caxias. É impossível tu ter RS-122, Rota Romântica (na BR-116) e Rota do Sol (na RS-453) e não podermos descer com os nossos caminhões. Joinville, nos anos 80, tinha metade da população de Caxias e exportava a metade. Hoje, Joinville tem a população de Caxias e exporta o dobro, e todos os acessos de Joinville são duplicados. A infraestrutura é básica. O Mobi trabalhou junto com a CIC e com as outras instituições mais de um ano em reuniões. A Monica (Mattia), que é a presidente do Corede (Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra), trabalhou intensamente. Tinha muita confusão (nas reuniões), mas nós conseguimos conciliar, e esse momento de conciliação mostrou que somente o Bloco 3, que é o bloco rodoviário da nossa região, foi concessionado. Aí as pessoas falam de pagar pedágio, que o modo está errado. Infelizmente, eu tenho 52 anos, me lembro das estradas que eu saía com meu pai quando tinha cinco e tem as mesmas agora. Nós precisamos de investimento privado, isso é dinheiro novo que vem pra nossa região. Queremos uma pista duplicada lá para Porto Alegre. Como nós abastecemos a Ceasa com hortifrutigranjeiro, o pêssego que sai daqui não pode ir batendo por causa dos buracos e chegar lá todo machucado. Aí ao invés de cobrar 10 reais o quilo, nós vendemos a cinco. Essas obras fazem com que a gente também tenha a questão de segurança, porque nós vamos ter iluminação nessa concessão, ela tem que ter internet, ela tem que ter comunicação. Nós temos aqui um hospital que atende 49 municípios, se não tivermos chegada para essas ambulâncias, o nosso vizinho vai morrer no trânsito. É muita coisa que nós precisamos a respeito de infraestrutura. Se não potencializarmos o aeroporto, que está para sair, de repente o político vai dizer que não saiu o aeroporto então também não vai fazer estrada. Vamos fazer o aeroporto e a estrada vai sair. Nós do Mobi recebemos visita de fundos estrangeiros e entregamos para o prefeito Adiló, dizendo que tem empresas chinesa, holandesa e americana com dinheiro para fazer o aeroporto e as estradas. Nós precisamos de projeto, dinheiro acho que não é o problema. Precisamos de gente que pensa grande e que não tenha medo de botar Caxias no patamar que ela tem.
E as nossas lideranças políticas têm pensado grande?
Postiglione: Acredito que não, porque estamos estagnados, né? Claro que tem um movimento que está pensando, que está trabalhando, mas do pensar grande e botar a mão na massa (não tem). Porque uma coisa é pensar, e pensar é maravilhoso. O sonho é maravilhoso, mas a ação é mais importante do que o sonho. Tudo na vida foi um sonho até ser realizado. Estamos aí para potencializar e estamos à disposição para ajudar.
Diversas cidades do Estado têm contornos viários eloquentes, vistosos, com viadutos e duplicados, e aqui nós não temos isso. Vamos ser contemplados agora pela concessão nas rodovias estaduais, mas a BR-16 fica para trás, assim como outros trechos de rodovias estaduais. Como é que lideranças de outras regiões conseguem e nós não? O que está faltando?
O movimento comunitário é uma universidade ambulante. Hoje a UAB é bem vista em qualquer lugar e dialoga com todas as classes.
VALDIR WALTER
Vice-presidente do MobiCaxias e presidente da UAB
Postiglione: Acho que falta pegarmos todo mundo junto e falar num tom de voz mais assertivo, porque aqui, volta e meia, o que a gente só houve é que Caxias não precisa porque é cidade rica. Nós somos uma cidade que precisa ter o retorno do imposto que ela paga, e nós temos que ter a nossa liderança que vai bater firme e forte, e nós estamos junto, com toda a educação, com o entendimento das situações. A gente tem que buscar dinheiro novo, estamos com expectativa de fazer mais uma visita Brasília nesse ano novo. Temos lá a nossa deputada Denise Pessôa, que tem trazido recurso para Caxias, e o deputado Marcon, que também tem atendido Caxias. Nós temos que se fortalecer, pegar a bancada gaúcha e dizer: "Olha, Caxias precisa disso".
A UAB tem, ao longo da história, esse espírito de cobrança dentro das suas questões. Como tem sido essa experiência e como o movimento comunitário tem contribuído, inclusive para essa busca de novos investimentos e de melhorias para a cidade?
Walter: O movimento comunitário vem cobrando veementemente essas questões. Nessa nova leva aí de melhoria no trânsito em Caxias, a UAB apontou, só para a BR-116, seis viadutos ou elevadas. Até dentro da cidade precisamos de elevada, senão a gente fica a cada dia que se passa mais reféns do trânsito, e isso para nós é muito difícil. Como é que o transporte coletivo urbano vai rodar? Chegou numa determinada sinaleira ou um determinado trecho ele para e não anda, não vai, não tem como. Então, se não resolvermos o problema do trânsito de Caxias do Sul, que é onde a gente cobra muito dentro do Mobi, dentro do próprio movimento comunitário, a gente não vai conseguir andar para frente. São coisas que o movimento comunitário vem cobrando, e não só no trânsito. Desde que foi criado o (loteamento) Campos da Serra a gente vem batendo sobre educação. Foi criado aquele baita loteamento que hoje temos exatamente 10 mil pessoas lá dentro, e na época a gente falava que queria só três coisas. Uma escola, segurança e uma UBS. A pau e corda a gente conseguiu a UBS. São questões que a gente não vai parar nunca de cobrar. A segurança é outra coisa que a gente cobra todos os dias. Na época do (ex-prefeito entre 2004 e 2012, José Ivo) Sartori, a gente já cobrava o cercamento eletrônico e hoje graças a Deus está aí, que vai trazer uma segurança a mais pra Caxias do Sul, porque nós não temos condições mais de investir no ser humano, na mão de obra. O cercamento eletrônico é a saída para qualquer cidade. Quando teve eleições (em 2020), a UAB fez uma carta para cada um dos candidatos a prefeito e entregou na mão de cada um. E aí o primeiro momento que nós tivemos a oportunidade de sentar com o prefeito, a primeira coisa que a UAB cobrou foi a regularização fundiária. Caxias do Sul não aguentava mais de 70% da cidade irregular, não é normal. Nós temos que batalhar para cada dia que se passa (a cidade) melhorar cada vez mais.
O senhor foi reeleito presidente do MobiCaxias recentemente. O que o senhor pode dizer dessa eleição e do desafio que tem pela frente nesse mandato?
Postiglione: Eu gosto de desafios. Eu peço tanta coisa para tanta gente que quando me pediram para ficar, e eu disse que não queria porque tem que renovar, eles me pediram pra ficar e entendi que eu tenho que me doar pela cidade que eu gosto. Eu tenho grandes parceiros, tenho um relacionamento maravilhoso com o Valdir (Walter), que é um cara pegador e nós não temos um cara que não é pegador. Esse é o perfil do Mobi, tem que estar junto. Não adianta só dinheiro de entidade, e dinheiro a gente tem, só que ninguém compra o amor. Aquela questão da garra, de correr atrás, isso ninguém compra, então nós precisamos de gente boa, e a gente conseguiu. Nós temos que melhorar o que a gente fez e agora vamos buscar coisa nova.