Em nota publicada às 10h30min desta quarta-feira (03), a prefeitura de Caxias do Sul informou que a escala médica, incluindo ginecologista obstetra, está completa no setor materno-infantil em funcionamento em área cedida no Hospital Pompéia. O médico está no local desde as 10h. O município assumiu a gestão do serviço da maternidade, que atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na segunda-feira (1º). Porém, desde as 8h daquele dia, quando a equipe que atuou ainda sob gestão do Pompéia encerrou o plantão, não havia médico especialista para a realização de partos no local.
A maternidade está sob gestão temporária do Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) até que seja transferida para o Hospital Virvi Ramos, o que deve levar de seis a nove meses. A contratação é feita via contrato emergencial, com supervisão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O profissional veio de Santa Catarina para habilitar o setor no Hospital Pompéia. Sobre a ausência do especialista, o instituto alegou em nota que "há dificuldades significativas para compor a escala de serviços médicos especializados em obstetrícia" devido ao período de final de ano, que "apresentou um desafio adicional, com muitos profissionais já comprometidos com escalas de trabalho ou compromissos particulares". Além de ginecologista obstetra, a equipe conta com pediatra, anestesista, enfermeiros e técnicos em enfermagem.
Plano de contingência não foi utilizado
Com a ausência de médico obstetra, a prefeitura acionou, ainda na segunda-feira, um plano de contingência para que as gestantes que procurassem o serviço fossem transferidas ao Hospital do Círculo em ambulância do Samu. Como não houve procura de pacientes, a estratégia não precisou ser utilizada.
Um parto foi realizado às 7h25min de segunda pela equipe que ainda estava sob a gestão do hospital. Desde então, o movimento frequente na maternidade deu lugar ao silêncio e às salas vazias. Para funcionários do hospital, o cenário foi resultado da informação da falta de médicos, o que motivou as gestantes a procurarem outros hospitais.
O Hospital Geral (HG) registrou aumento de 40% na maternidade ao longo de terça-feira (2). A diretoria do HG e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) orientam os pacientes a procurar o Pompéia para evitar a sobrecarga na instituição.
Comissão de Direitos Humanos e Cidadania acompanha a situação
Denúncias sobre a falta de médicos no primeiro dia de funcionamento do serviço sob a gestão do município levaram a vereadora Rose Frigeri (PT) a gravar um vídeo sobre a situação. Integrante da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara de Vereadores, ela esteve no Centro Obstétrico por volta das 11h de segunda-feira (1º). Ao chegar lá, constatou que realmente não havia especialistas para realizar partos. Segundo ela, a falta de informações prejudica o atendimentos às gestantes, que vão buscar o serviço.
— Visitei o espaço e a equipe de enfermagem estava lá, e afirmaram que não tinham como atender porque não tinha médico. Até o momento, não tivemos acesso ao contrato, ele não está no site da prefeitura, e podia estar disponível para que a gente possa fiscalizar esse serviço. Precisamos esclarecer diversos pontos desse contrato.