Técnicos que vistoriam as áreas com risco de desmoronamentos em Gramado solicitaram à prefeitura mais 48 horas para finalizar o relatório que auxiliará a administração pública com as decisões que envolvem mais de 500 pessoas que estão fora de casa, de acordo com o Ministério Público (MP). O pedido de mais dois dias para a conclusão do trabalho foi oficializado em reunião nesta segunda-feira (27). A vistoria é realizada por geólogos contratados pelo poder público, profissionais da prefeitura e um especialista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
De acordo com o boletim mais recente da prefeitura de Gramado, são 526 pessoas que tiveram que sair de moradias em áreas interditadas pelo surgimento de rachaduras no solo. Um prédio, que ficava no bairro Planalto e já tinha problemas estruturais, desabou. Conforme o MP, a maioria das 150 famílias desalojadas deve aguardar a conclusão do trabalho técnico para uma definição do que poderá ser feito.
— Acredito que em 48 horas (a prefeitura) pode dar uma resposta mais clara à comunidade e (o MP) trouxe ao poder executivo aqui, aos secretários e ao vice-prefeito Luia Barbacovi, as preocupações da comunidade que foram ouvidas no sábado (25) — declara o promotor Max Guazzelli, em vídeo publicado pela prefeitura de Gramado.
Ainda conforme o promotor, o Ministério Público ainda recomendou a contratação emergencial de empresas técnicas, de conhecimento geológico, bem como a análise de laudos para cortes de árvores em situação de risco
Há a expectativa que a conclusão permita que às famílias possam retornar para casa. Um dos casos que mais chama atenção é do bairro Três Pinheiros, que segue totalmente interditado desde o dia posterior ao temporal: são 440 pessoas fora de casa. Sem o relatório, não há previsão de retorno.
De acordo com o levantamento divulgado nesta segunda, cinco bairros, duas localidades e uma residência às margens da RS-115 foram afetados de alguma forma pela tempestade que atingiu a Serra durante a madrugada de 18 de novembro.
Dois pavilhões em escolas no bairro Piratini e Altos da Viação Férrea abrigam atualmente 47 pessoas desalojadas.