Incluindo construção, operação e ligação rodoviária de 41,8km, o futuro Aeroporto Regional de Caxias do Sul, em Vila Oliva, tem um custo estimado em R$ 520 milhões. É o que aponta o estudo preliminar de viabilidade do empreendimento, produzido pela empresa Infra SA, e que foi apresentado na tarde desta terça-feira (13), no Salão Nobre da prefeitura de Caxias. Além do prefeito Adiló Didomenico (PSDB), estiveram presentes o senador Luiz Carlos Heinze (PP), o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, e o prefeito de Gramado, Nestor Tissot (PP).
Segundo o superintendente de aeroportos da Infra SA, Cícero Filho, a empresa estudou três cenários de viabilidade, que incluem a construção e operação do aeroporto, além da ligação rodoviária de 41,8km de extensão, que vai da Rota do Sol até a ponte que separa Caxias de Gramado. Apesar da estimativa de R$ 520 milhões, os valores exatos só serão conhecidos após a realização do projeto executivo. Filho também falou sobre as projeções de movimentação, que levam em conta estimativas das taxas de crescimento do PIB.
— A Infra avaliou três cenários logísticos, para definir entre concessão, parceria público-privada ou obra pública. Concluímos que a alternativa em que a iniciativa privada é a capitaneadora do aeroporto e dos acessos é a mais viável. O aeroporto tem enorme perspectiva. No cenário pessimista, a projeção é de 1 milhão a 1,5 milhão de passageiros. No cenário otimista, passaria de 2,5 milhões de passageiros por ano — afirmou o superintendente.
A futura concessionária teria que realizar um aporte de R$ 320 milhões, em uma concessão de todo o complexo por 30 anos. Esses recursos seriam usados em pavimentações das estradas, como melhorias no trecho já asfaltado entre a Rota do Sol e Vila Oliva, a pavimentação e implantação de rodovia em direção a Gramado e a construção da ponte entre os municípios. Os outros R$ 200 milhões, segundo o senador Heinze, seriam financiados pelo governo federal, por meio da Secretaria Nacional da Aviação Civil, que faz parte do Ministério de Portos e Aeroportos.
— O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, me garantiu: "Heinze, se terminar o projeto, o dinheiro sai. Já estão garantidos hoje R$ 204 milhões" — confirmou o parlamentar.
Além das ligações para a Rota do Sol e Gramado, são projetadas outras estradas para facilitar o acesso às regiões de São Marcos, Vacaria e dos Campos de Cima da Serra. Por isso, uma nova reunião será realizada com a participação de outros municípios, ainda sem data anunciada. Também haverá participação do governo estadual nas obras e financiamento na infraestrutura. Segundo o secretário Juvir Costella, o Estado está comprometido em auxiliar os municípios na implantação das ligações rodoviárias, participando dos projetos executivos e aportando recursos na construção.
— Será o segundo maior aeroporto do Rio Grande do Sul, com importância para o empreendedorismo e para o turismo. Conseguimos avançar, não apenas na questão do estudo apresentado hoje, mas nos futuros acessos ao aeroporto. Se pensarmos 20 ou 30 anos à frente, não se trata apenas de uma ligação entre Vila Oliva e Gramado — destacou Costella.
Viabilidade do aeroporto está mais do que confirmada. Importante é que o aeroporto saia do papel.
NESTOR TISSOT
Prefeito de Gramado
Também estiveram presentes na reunião, de forma virtual, o coordenador-geral de Projetos Aeroportuários no Ministério da Infraestrutura, Márcio Maffili, o engenheiro da Iguatemi, responsável pelo projeto do aeroporto, Anselmo Caetano, e representantes da Secretaria da Aviação Civil.
"Fator de desenvolvimento para toda a Serra"
No encontro, o prefeito de Caxias falou da área de 450 hectares para a construção do aeroporto, além da outorga, destacando o interesse do município em viabilizar o aeroporto.
— Esse empreendimento transcende a questão política e de município A ou B. É um investimento de interesse do Estado e da região e será um fator de desenvolvimento para toda a Serra gaúcha — destacou Adiló Didomenico.
Já Nestor Tissot destacou que Gramado recebeu mais de 7 milhões de visitantes no ano passado, e que, em 2023, deve superar os 8 milhões.
— Avançamos em vários detalhes. O Estado terá participação efetiva na ponte e em alguns acessos. E a viabilidade do aeroporto está mais do que confirmada. Juntando transporte de passageiros e de cargas, negócios e turismo, a viabilidade do aeroporto está mais do que confirmada. Concordo integralmente com o prefeito Adiló: não importa de que maneira, quem irá fazer, o importante é que o aeroporto saia do papel — afirmou o prefeito de Gramado.