A temporada de verão em Arroio do Sal vem sendo marcada por casos de pessoas que se perdem na beira da praia. Segundo dados parciais divulgados pela 6ª Operação Verão, que dizem respeito aos atendimentos realizados até a quinta-feira (19) nas principais praias do RS, chega a 139 o número de pessoas encontradas, dado que, no mesmo período da temporada passada, era de 15. Os dados foram contabilizados desde o início da operação, em 17 de dezembro de 2022 e, com este total, a praia que é destino de muitos veranistas caxienses lidera a lista de registros deste tipo, seguida por Capão da Canoa, onde o número de casos chega a 132. Nas praias do Litoral Norte se concentram 565 do total de 600 registrados em toda a costa do RS.
Para o chefe de operações do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Isandré Antunes, o crescimento expressivo de casos está relacionado ao aumento de excursões e, sobretudo, ao comportamento desatento de pais e responsáveis. Ele ainda destaca que "a criança não se perde, quem perde ela é o adulto".
— Estamos estudando o fenômeno de conexões em redes sociais, fator com bastante incidência. Os pais ficam com o celular na mão, desatentos e acabam perdendo o contato visual com as crianças — avalia.
Dicas
O chefe de operações reforça algumas orientações para evitar este tipo de situação:
:: Ao chegar, procure o guarda-vidas e solicite uma pulseira de identificação. Lembrando que ela não substitui a supervisão do adulto. Só facilita a recuperação
:: Mantenha a criança sob atenção visual constante. A criança não se perde, quem perde ela é o adulto
:: Ao estar com amigos e mais crianças, eleja alguém do grupo para ser o "pai da rodada" e que este mantenha o cuidado geral
Queimaduras por água viva estão três vezes mais recorrentes
Outro dado que chama a atenção em Arroio do Sal é o aumento de casos de queimaduras por água-viva, um tipo de incidente que praticamente triplicou em relação ao acumulado até 19 de janeiro do ano passado. A edição vigente da operação já totaliza 1.658 ocorrências na cidade. Na temporada passada, o acumulado, até 19 de janeiro, era de 580 casos. Somente no dia 19 foram atendidos 112 casos. O aumento também ocorre em nível regional: de 6.722 para 14.735 nas praias do Litoral Norte — até 19 de janeiro de cada temporada.
Para o chefe de operações do Corpo de Bombeiros, a explicação para este aumento é simples:
— Mais pessoas, com maior tempo de exposição dentro d'água.
Segundo ele, a temporada tem registrado dias com boas condições de balneabilidade e o período de permanência dos veranistas nas cidades de praia reduziu — por conta de feriados encurtados como os de Natal e Ano Novo. Tudo isso, na visão dele, colabora para que os banhistas acabem aproveitando a água por mais tempo, o que aumenta a chance de incidência de queimaduras causadas pelo animal marinho.
O comandante também chama a atenção para a quantidade de salvamentos que teve aumento de 51,13%, saltando de 264 pra 399 no Estado, no comparativo entre a temporada passada e esta, ambas até 19 de janeiro.
Ele explica que situações de risco estão relacionadas às condições do mar, mas também à exposição, que inclui indicadores como o tempo de permanência na água e o comportamento do banhista.
— Quanto mais exagerado for o comportamento das pessoas, com brincadeiras como desafio de buscar a bola, utilizar flutuadores infláveis e bebida alcoólica, mais aumenta a exposição ao risco. Além de sinalizar as condições do mar, que é o que já fazemos, estamos buscando trabalhar a conscientização — afirma o chefe de operações.
Na contramão dos dados gerais do Estado, em Arroio do Sal o número de salvamentos, até 19 de janeiro, no comparativo com o mesmo período da temporada passada, baixou de 27 para 22.
As ocorrências classificadas como "prevenção", que são os alertas feitos por apito, abordagem verbal, sinalização gestual, como forma de evitar uma emergência aquática, também baixaram: de 8.048 para 5.504 registros.
A 6ª Operação Verão é parte da Operação RS Verão Total 2023, que representa o reforço, durante a alta temporada, na atuação das forças de segurança e dos serviços do Estado no Litoral, na Costa Doce, na serra gaúcha e nas regiões de fronteira. Ela seguirá em funcionamento até março.