Começou nessa sexta-feira (10) uma nova fase dos estudos ambientais na Rota do Sol (RS-486) em Itati, no Litoral Norte. O levantamento dessa manhã ocorreu das 6h às 8h junto à Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa, no ponto onde também há travessias subterrâneas e aéreas para a fauna. Foram feitos bloqueios totais, nos kms 27 e 29. Novas etapas serão realizadas até terça-feira (14), sempre no início da manhã e no fim da tarde.
As verificações são realizadas por cinco biólogos contratadas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e contam com o apoio de cinco policiais do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) para orientação dos motoristas. Segundo o CRBM, as duas primeiras interrupções não causaram transtornos no trânsito, já que o fluxo na rodovia é baixo no início da manhã. Nas primeiras intervenções, além do monitoramento das espécies, os especialistas recolheram animais que morreram atropelados.
Os biólogos devem retornar à rodovia na tarde desta sexta, entre 16h30min e 18h30min, para uma nova fase de estudos. Por se tratar de um dia em que muitos motoristas se deslocam ao Litoral, o CRBM estima que, neste horário, pode ocorrer uma maior interferência no tráfego, com a necessidades de interrupções totais em determinados momentos. O tempo de bloqueio varia conforme a necessidade dos pesquisadores e o fluxo da rodovias. Conforme, o Daer, porém, as restrições são por curtos períodos.
Os estudos pretendem verificar o comportamento das espécies e integram os esforços para impedir o atropelamento de animais silvestres. A medida é uma etapa das exigência do Ministério Público e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para garantir a travessia segura dos animais. Muitas espécies da região estão em risco de extinção e os especialistas precisam verificar a efetividade dos dispositivos que já estão em funcionamento, como as passagens subterrâneas e o cercamento lateral. Segundo o Daer, este é considerado um estudo intermediário e não leva em conta as travessias aéreas, implantadas há cerca de um mês, já que as estruturas não estão prontas.
Estudos semelhantes já foram realizados entre o fim de 2017 e o início de 2018 com o objetivo de identificar o comportamento dos animais e tomar as medidas mais eficientes para a preservação. Após a implantação das ações, os levantamentos são repetidos para verificar se os dispositivos surtiram o efeito desejado.
Há cerca de um mês o trecho ganhou travessias aéreas, além das subterrâneas já existentes. As estruturas auxiliarão na travessia de espécies que vivem nas copas das árvores e serão totalmente envoltas pela vegetação para atrair os animais. A avaliação do funcionamento das estruturas está prevista para ocorrer na primavera de 2022. A Reserva Biológica Mata Paludosa integra uma das últimas áreas de Mata Atlântica na planície costeira gaúcha. Por se situar em uma área bastante úmida, é habitat de espécies de anfíbios que não existem em outras regiões do Estado.