O trecho de cerca de um quilômetro localizado em uma das principais ruas centrais de Antônio Prado é motivo de divergências entre os proprietários de estabelecimentos locais e a prefeitura. A instalação de uma ciclovia na Rua Sete de Setembro retirou vagas de estacionamento, o que, segundo empresários, prejudica o movimento dos comércios e reflete no faturamento dos negócios. Um grupo procurou o governo municipal nas últimas semanas para buscar uma solução. As obras se iniciaram ainda na gestão passada e integram um pacote de iniciativas para pavimentações de vias dentro de um financiamento obtido no Badesul pela prefeitura. A ciclovia deverá ser entregue no próximo mês à comunidade.
O proprietário de um mini mercado localizado na rua, Alcindo Peruzo, 52 anos, diz que recebia em média 50 clientes por dia. Agora, o número baixou para cerca de 20. Ele e outros pelo menos 15 empresários locais entendem que uma solução seria limitar os horários de funcionamento da ciclovia.
— A rua é muito estreita e os carros não podem mais parar. Pagamos imposto e não vem freguês, então fica difícil. Entendemos que a modernização é uma necessidade. Que se estabeleça um horário para estacionamento, das 7h às 19h, por exemplo, em dias de semana — afirma.
Segundo a secretária de Planejamento de Antônio Prado, Tatiane Martello, a sugestão é uma alternativa possível. Mesmo assim, antes de qualquer decisão, uma análise jurídica deverá ser efetuada.
— Temos que ver a questão legal. Poderemos fazer alterações apenas depois que recebermos a obra. Não consigo alterar antes porque a obra cumpre o que estava no projeto licitado. O término da obra deve ocorrer nos próximos 15 dias — diz.
São duas pavimentações com ciclovia e outra no interior dentro de um mesmo contrato. No total do pacote de obras em que a polêmica ciclovia está, o valor soma cerca de R$ 4 milhões. A ordem de serviço ocorreu há um ano, em 21 de janeiro de 2020, com previsão para término contratual em junho deste ano.
'É uma tendência das sociedades', diz ciclista
Elvis Schiochet, 23 anos, que costuma pedalar com frequência pelas ruas da cidade entende que a reclamação vai contra um movimento mundial de sociedades por qualidade de vida e esporte. Segundo ele, cerca de 40 pessoas utilizam bicicleta quase que diariamente tanto para deslocamento quanto como atividade esportiva.
— Penso que os comerciantes precisam se adaptar. Há vagas de estacionamento a cerca de 20 metros do trecho em que estão reclamando — diz.