Uma operação específica da Brigada Militar para tratar de perturbação de sossego já abordou 12.162 pessoas em seis municípios da Serra desde o mês de maio até o último fim de semana. É a Patrulha do Barulho que foi montada pelo 36º Batalhão de Polícia Militar ainda no início da pandemia para tentar barrar a incomodação causada por som alto a moradores em plena madrugada. As cidades que integram o 36º BPM são o alvo das ações que recolheram 161 veículos no período. São elas: Farroupilha, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul, São Marcos e Antônio Prado.
De acordo com o comandante Major Juliano Amaral, desde que os locais de lazer foram fechados para evitar o contágio por covid-19, os encontros entre jovens que possuem sons instalados em automóveis aumentaram em loteamentos, chácaras e bairros considerados afastados. O agravante é que tornou-se comum os grupos escolherem locais em que o eco do som se espalha facilmente até vizinhanças. Conforme Amaral, chama a atenção também o valor de alguns equipamentos de som. Por conta do contágio de coronavírus, as ações também passaram a focar em aglomerações.
— Em Flores, por exemplo, há um problema na RS-122, entre o município e Antônio Prado. O barulho ecoa muito através de um rochedo. Além disso, já constatamos que têm equipamentos de som com valor mais alto que o próprio veículo — disse.
De acordo com Amaral, 6.943 veículos foram abordados no período e 24 sons automotivos apreendidos. Os aparelhos são encaminhados para a sede da Brigada Militar e ficam depositados até o desenrolar burocrático e jurídico da situação.
— Quando o som está ligado (na abordagem), isso gera um Termo Circunstanciado, que também pode ocorrer por outro motivo. O TC pode ser por encontro de drogas ou irregularidades previstas no Código de Trânsito — cita.
Após a geração de um TC, o proprietário precisa apresentar as documentações de aquisição e instalação do som. Se o caso gerar uma audiência no Judiciário, o dono do equipamento poderá recuperar seu produto apenas após liberação do juiz. Há casos em que o proprietário não retorna para retirar e, assim, a Brigada Militar realiza a destruição dos equipamentos.