Para mostrar que a consistência defensiva da partida diante da invicta Ferroviária não foi obra do acaso, o Caxias começa em Volta Redonda uma sequência de três partidas longe de casa na Série C do Brasileiro. O confronto no estádio Raulino de Oliveira ocorre no domingo (23), às 19h e é válido pela 10ª rodada. Depois, o time grená encara o Tombense, no dia 26, e o Floresta, no dia 30.
— Conseguimos concluir um jogo sem levar gols. É uma meta que tem que ser diária, assim como a conversa que estamos tendo diariamente, pelo compromisso que a gente frisou entre nós. A responsabilidade de sofrer um gol não é apenas do sistema defensivo, começa desde o ataque — apontou o zagueiro Lucas Cunha.
O defensor vai para o seu sexto jogo na equipe de Argel, o quinto consecutivo como novo titular na zaga.
— O Argel conversa muito com a gente e busca sempre chamar a nossa atenção para mostrar um lance ou outro para corrigir. E é sempre bom você ser da posição e trabalhar com o cara que foi da posição, porque você só tem a somar, só tem a evoluir e ter ganhos com isso. Eu estou hoje no Caxias também pelo Argel. Ele que deu o aval para minha contratação quando enfrentei o Caxias pela Portuguesa Santista, na Copa do Brasil — comentou.
"Conheci minha esposa no aeroporto"
Prestes a completar 30 anos, na segunda-feira, dia 24, o jogador quer a vitória na véspera, sobre o Volta Redonda.
— Vai ser o melhor presente que eu posso ganhar de todos os meus aniversários. Esse ano quero a vitória no domingo, sem dúvida nenhuma — admitiu o atleta, criado no interior paulista:
— Conhecem Piracicaba? É o pessoal do sotaque que fala "porrrta", "porrrteira" e "porrrtão". Eu saí de casa com 12 para 13 anos e comecei a rodar esse mundo do futebol. Então eu consegui me "livrar", vamos dizer assim, desse sotaque. Mas a minha esposa fala que quando eu estou perto dos meus pais, quando eu estou na minha cidade, eu puxo um pouquinho o "R". Eu acho que isso está no sangue.
O futebol não levou Lucas Cunha apenas até Portugal, onde atuou por Casa Pia e São Martinho. O principal encontro protagonizado pelo esporte na vida do jogador tem nome: Natália.
— Conheci minha esposa no aeroporto. Eu estava indo viajar com o Vila Nova, pois faríamos o jogo da Série C contra o Confiança. E ela estava indo passar férias. E quis o destino que a gente trocasse olhares naquele momento quando a gente sai do aeroporto, pega o ônibus até a aeronave. E, nesse nesse trajeto, chego no hotel, em Sergipe, já tinha uma mensagem dela no meu Instagram: "Era você no avião?", dizia. Aí começamos a conversar, trocamos algumas ideias, e já estamos juntos desde 2015 — revelou.
Estreia na equipe
O lateral-direito Yuri Ferraz deve fazer seu primeiro jogo com a camisa grená. O ex-atleta do ABC é o único jogador da posição na delegação grená. Marcelo ainda se recupera de uma lesão na coxa. Pelo mesmo motivo, Dirceu está de volta, no entanto, Argel deverá dar continuidade a Cézar Henrique na zaga, ao lado de Lucas Cunha.
A dúvida está na lateral esquerda. O zagueiro Lucas Ryan atuou improvisado na posição contra a Ferroviária e agradou ao técnico Argel. Mas Mendes está de volta e usará uma máscara de proteção no rosto, uma vez que que sofreu uma fratura na face.
O sistema com três volantes, segundo o próprio treinador, venceu. Com isso, Gabriel Silva segue no time na formação 4-4-3. E a provável escalação terá: Zé Carlos; Yuri Ferraz, Cézar Henrique, Lucas Cunha e Lucas Ryan (Mendes); Barba, Geilson e Tomas Bastos; Galvan, Gabriel Silva e Álvaro.
O Caxias inicia a rodada em 17º lugar, com seis pontos, enquanto que o Volta Redonda vem em terceiro, com 19. O clube do Rio de Janeiro ainda tem ítalo, um dos goleadores da competição, com oito gols.
— Nesse momento não podemos correr o risco de colocar um atleta que ele esteja a 70%, 80%. Na verdade ele tem que estar a 110% para poder jogar. Por quê? Porque o jogo exige isso. É um jogo pesado, é um jogo forte. É um adversário qualificado e precisamos de todo mundo — destacou Argel.